Negociação entre Governo e taxistas sem frutos. “Foi reunião de cortesia"
Braço de ferro entre Governo e setor parece não ter fim à vista. Taxistas garantem que não vão arredar pé e lamentam que a reunião no gabinete do primeiro-ministro tenha sido uma "manobra de diversão".
© Global Imagens
País Lisboa
O presidente da ANTRAL e da Federação Nacional do Táxi já saíram do gabinete do primeiro-ministro, onde foram recebidos por um assessor económico de António Costa. Do encontro, rápido, não houve qualquer fruto, lamentam
“Como costumo dizer, entrei com as mãos vazias e agora venho com elas ainda mais abertas. Não trouxemos nada. Isto foi uma reunião de cortesia e que a nós nada nos diz”, declarou Florêncio Almeida, em declarações aos jornalistas.
Ao assessor do primeiro-ministro, os representantes dos motoristas de táxi transmitiram as suas reivindicações (nomeadamente a questão da fixação dos contingentes pelas Câmaras), vincando que não estão disponíveis para negociar com o ministro do Ambiente.
“Não queremos de forma alguma negociar com o senhor ministro. Acho que ao senhor primeiro-ministro cabe nomear uma pessoa que seja interlocutora entre o setor e o Governo”, afirmou o responsável, garantindo que o protesto vai prosseguir “o tempo que for necessário”.
Carlos Ramos, da Federação do Táxi, lamentou que não tivesse existido da parte do assessor “alguma sugestão, alguma proposta, que estivesse aberto a discutir o problema”.
“O senhor limitou-se a estar sentado e a ouvir o que tínhamos para dizer, que é do conhecimento de toda a gente”, apontou este dirigente, considerando a reunião uma “manobra de diversão”.
“Acho que é uma falta de respeito pelo setor e pelas pessoas que estão aqui há dias. Não estamos a pedir dinheiro a ninguém. Só estamos a pedir para que alterem a lei, no sentido de o poder local poder fixar os contingentes e criar as regras para o seu funcionamento”, declarou ainda.
Carlos Ramos reforçou ainda a posição do setor em relação ao ministro do Ambiente.
“O senhor primeiro-ministro pode manter a confiança em quem entender, as associações é que não têm confiança nenhuma no senhor ministro, nem no Secretário de Estado, não discutimos com eles”, quis deixar bem vincado.
As associações vão reunir ainda durante a tarde de hoje, mantendo-se o protesto agendado para quarta-feira, junto ao Parlamento. "Que os partidos tenham coragem de enfrentar o primeiro-ministro", apelou ainda Carlos Ramos, assegurando: "Vou ficar aqui até que a voz me doa".
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