Polícia Judiciária está a fazer buscas na câmara de Pedrógão Grande

Os inspetores da Polícia Judiciária chegaram, na manhã desta quarta-feira, à Câmara Municipal de Pedrógão Grande. As buscas devem-se às suspeitas de ilegalidade no processo de reconstrução das casas afetadas pelo incêndio do ano passado.

Figueirós dos Vinhos e Castanheira de Pera em risco máximo de incêndio

© Reuters

Patrícia Martins Carvalho com Lusa
12/09/2018 12:20 ‧ 12/09/2018 por Patrícia Martins Carvalho com Lusa

País

Investigação

Vários inspetores da Polícia Judiciária foram mobilizados, esta quarta-feira, para operações de busca em Pedrógão Grande.

De acordo com informação avançada pela TVI24, os cerca de 10 inspetores começaram pela Câmara Municipal de Pedrógão Grande, tendo seguido posteriormente para a Casa da Cultura, local onde funcionava o gabinete que foi criado para gerir a reconstrução das casas na sequência dos incêndios do ano passado. 

Estas diligências estão relacionadas com as alegadas irregularidades cometidas na ajuda à construção das habitações destruídas pelas chamas.

Entretanto, fonte da PJ confirmou à agência Lusa que são diligências de investigação no "âmbito do processo de atribuição de fundos para a reconstrução de casas".

"Estamos empenhadíssimos em investigar num prazo curto", sintetizou a mesma fonte.

Quem já reagiu foi a própria câmara, garantindo que estas diligências surgem na “sequência dos pedidos de inquérito judicial solicitados” pela autarquia ao Ministério Público e que os inspetores foram “recebidos” pelo autarca Valdemar Alves “a fim de serem municiados de todos os documentos julgado necessários para o apuramento total dos fatos”.

Em causa neste processo estão denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações.

As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimento de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, negou a existência destas situações, mas, ainda assim, enviou para ao Ministério Público 21 processos para análise.

Também o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, já havia reagido a estas notícias, garantindo que não há “ilegalidade nenhuma”.

“Não houve desvios nenhuns, nem podia haver, porque a Câmara não é detentora de fundos nenhuns para a reconstrução das casas", frisou o autarca no início desta semana, antes de entrar na sessão da Assembleia Municipal Extraordinária que debateu o tema.

Recorde-se que o incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.

Em junho, no inquérito relacionado com a responsabilidade do incêndio, eram 10 os arguidos, todos pessoas singulares, de acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra.

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