Em declarações à agência Lusa um dos manifestantes, António Dias, disse, em representação da Associação de Moradores do Centro Histórico do Porto, que o objetivo da iniciativa é "pedir ao presidente da câmara que faça alguma coisa para acabar com os despejos que assolam a cidade".
"O alojamento local e a especulação imobiliária na zona nobre do Porto são as razões para os muitos despejos", disse, criticando o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, por este, segundo considera o morador, "tirar a água do capote dizendo que tem de ser o Governo a intervir".
António Dias relatou à Lusa casos de idosos acamados e de jovens com filhos pequenos que diz não terem alternativas de habitação.
De acordo com responsáveis da Associação de Moradores do Centro Histórico do Porto, criada há cerca de um mês, em cerca de 40 associados, três dezenas estão a passar por situações de despejo.
"Senhor presidente venha aqui falar com a gente", foi um dos gritos ouvidos, enquanto nas faixas e cartazes se lê "Unidos contra os despejos" ou "Posso viver onde nasci?".
Esta tarde, a Lusa tinha dado nota desta iniciativa, quando cerca de 30 pessoas já se manifestavam cerca das 18:00 em frente à câmara do Porto.
A propósito dessa ação, contactada a câmara liderada pelo independente Rui Moreira foi referido: "Se a Lusa se refere a 11 pessoas que hoje se colocaram em frente à estátua de Almeida Garrett fazendo barulho durante horas, a Câmara do Porto desconhece em absoluto os motivos ou porque ali estão".
Enquanto a manifestação decorre em frente aos Paços do Concelho, no interior teve início a sessão extraordinária da Assembleia Municipal que iniciou com um minuto de silêncio pela morte do bloquista João Semedo.
O voto de pesar foi aprovado por maioria e apresentado por iniciativa do Bloco de Esquerda.