Ministério da Educação não exclui criação do cheque ensino

O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário reafirmou hoje a aposta na liberdade de escolha das famílias, quanto às escolas dos filhos, e não excluiu a hipótese de ela se materializar no “cheque ensino”.

Professores grevistas de escola da Madeira fizeram piquenique

© Global Imagens

Lusa
05/09/2013 21:10 ‧ 05/09/2013 por Lusa

País

Governo

No final de uma reunião com a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que decorreu esta tarde no Ministério da Educação e Ciência (MEC), o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, frisou que o Governo está “a dar passos para que essa liberdade de escolha seja possível”.

Ainda que tenha afirmado que a liberdade de escolha “não [se traduz] necessariamente no cheque-ensino”, a hipótese não ficou excluída. O governante não adiantou, no entanto, qualquer pormenor em relação à forma como o Estado vai apoiar financeiramente essa liberdade de escolha das famílias.

O ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou hoje que o Conselho de Ministros aprovou o novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, que estabelece princípios para promover a liberdade de escolha entre as escolas públicas e as privadas.

Nuno Crato explicou que este estatuto "ainda não é um diploma regulador", mas "institui princípios a partir dos quais vão ser estabelecidos (...) regulamentos e portarias que vão concretizar estes princípios ao longo deste ano".

O presidente da Confap, Jorge Ascensão, no final da reunião no MEC, manifestou a concordância “de princípio” com o objetivo de instituir a liberdade de escolha relativamente às escolas, mas sublinhou que “é preciso ver as condições em que é feita a liberdade de escolha”.

“Tem de haver autonomia e liberdade de as escolas implementarem os seus projetos e gerirem os seus recursos”, disse.

Para Jorge Ascensão tudo vai depender da forma como for regulamentada a liberdade de escolha, frisando ainda que “a qualidade do ensino não depende da escolha das famílias, mas da qualidade dos projetos e do trabalho das escolas”.

O ministro reforçou ainda que "a decisão é da família e não do Estado", e sublinhou que "a liberdade causa sempre polémica", quando questionado sobre se estava preparado para as críticas.

Hoje, Nuno Crato afirmou também que o diploma aprovado em Conselho de Ministros "contribui para recentrar o papel da responsabilidade central da educação nas famílias, chama à intervenção a sociedade civil, abandona a preponderância absoluta do papel do Estado e promove a autonomia e a descentralização".

O governante explicou ainda que, com o novo estatuto, "o Estado não se restringe a apoiar turmas, como existe neste momento com os contratos de associação, mas também apoia alunos, o que abre um caminho mais direto a uma liberdade de escolha e a uma concorrência entre escolas e entre sistemas", público e privado.

O ministro garantiu que "a escola pública fica defendida" e "é promovida uma maior autonomia".

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas