O corpo de Maria Fernanda Vieira da Bernarda, estará em câmara ardente a partir das 09:00 de sexta-feira numa das salas de velação do Crematório de Setúbal, no Complexo Fúnebre, no Cemitério da Paz, em Setúbal, onde terão lugar, às 17:00, as cerimónias fúnebres, disse um amigo da família.
Distinguida pelo Presidente da República Jorge Sampaio com Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, Fernanda da Bernarda nasceu, em dezembro de 1944, em Alcobaça (distrito de Leiria) e estudou em Coimbra (na Faculdade de Direito), onde foi fundadora de uma das primeiras repúblicas de estudantes feminina.
Destacada dirigente do movimento estudantil que, no final da década de 1960, ficou conhecido por 'crise académica de 69' (e que provocou a substituição do ministro da Educação, José Hermano Saraiva, por Veiga Simão, e à aceitação prévia do novo reitor da Universidade de Coimbra, Gouveia Monteiro), Fernanda da Bernarda era, então, secretária-geral da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC).
Antes de 1974, Fernanda da Bernarda militou no Partido Comunista Português (PCP) e, depois do 25 de Abril, no Movimento de Esquerda Socialistas (MES) e pertenceu à Loja Humanidade da Ordem Maçónica Mista Internacional Le Droit Humain.
Advogada de sindicatos no Porto e em Lisboa, nos TLP (Telefones de Lisboa e Porto) e na PT (Portugal Telecom), Fernanda da Bernarda também foi adjunta do Provedor do Cliente de Telecomunicações do Grupo PT.
Fernanda da Bernarda lutou durante mais de três décadas com esclerose múltipla que, na última década, a manteve acamada, disse ainda à agência Lusa José Matos Pereira, amigo e seu colega, designadamente na direção da AAC em 1969 e quando foi Provedor do Cliente de Telecomunicações do Grupo PT.
