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Associação saúda decisão que suspende museu judaico em Alfama, Lisboa

A Associação do Património e da Populaçao de Alfama (APPA) congratulou-se hoje com a decisão do tribunal que suspendeu a demolição de edifícios no Largo de São Miguel, onde a Câmara de Lisboa quer construir um museu judaico.

Associação saúda decisão que suspende museu judaico em Alfama, Lisboa
Notícias ao Minuto

18:41 - 15/06/18 por Lusa

País Alfama

"Esta decisão deixa-nos bastante contentes e não desistiremos, até conseguirmos que a Câmara Municipal de Lisboa ouça o povo e reconsidere a sua decisão", disse à Lusa Lurdes Pinheiro, presidente da APPA.

A decisão tem como base uma providência cautelar apresentada pela APPA em outubro e que em janeiro obteve decisão desfavorável do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa. Agora, após recurso, um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul deu razão à APPA.

De acordo com a decisão, para cumprimento imediato, fica "suspensa a eficácia das deliberações da Câmara Municipal de Lisboa sobre a obra e é determinada a não demolição dos edificados existentes no local projetado para o Museu e respetivo edifício de apoio", salientou a presidente da APPA.

Lurdes Pinheiro realçou que a denúncia da associação não é contra o museu judaico, porque a presença de judeus está desde há muitos séculos ligada à história de Alfama.

"Entendemos que o museu judaico é importante. Só que entendemos que o projeto da Câmara vai descaracterizar aquele largo, pressionar ainda mais aquela zona do bairro", afirmou, considerando que existem outros espaços na zona onde pode ser construído, como, por exemplo, numa série de edifícios do Jardim do Tabaco.

A APPA tem defendido que a Câmara Municipal de Lisboa deveria construir e recuperar para habitação os edifícios onde quer construir o museu, para "mostrar em atos o empenho do município para pôr termo ao processo de expulsão dos moradores, para trazer de volta as pessoas que tiveram de sair de cá e para que possam cá morar outras, hoje excluídas desse direito pelo muito elevado custo das casas".

A Lusa contactou a Câmara de Lisboa para saber se irá recorrer do acórdão para o Supremo Tribunal Administrativo, mas não obteve resposta em tempo útil.

A líder da Comunidade Israelita de Lisboa Esther Mucznik não comentou a decisão, dizendo apenas que irá ser construído um Museu Judaico em Lisboa, "sem dúvida nenhuma".

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