"O congresso do PS é um espaço de liberdade, é para isso que nós fazemos congressos e desejamos que o sejam. Qualquer dos militantes que usar da palavra pode dizer aquilo que no seu entendimento seja importante", declarou, após questionado sobre se o "caso Manuel Pinho" poderá suscitar na reunião magna dos socialistas uma posição por parte de alguns militantes.
Carlos César defendeu em seguida que "as atenções que devem convergir no Congresso" devem ser "no sentido de dotar o PS de uma visão programática, de um projeto sólido para os desafios" do "futuro próximo".
"E a melhor forma do congresso do PS contribuir para a transparência do projeto do Partido Socialista e para a compreensão do que nós desejamos no futuro é justamente falar do futuro e não falar do passado", defendeu.
"Nós ficamos revoltados e não admitimos que pessoas que têm responsabilidades que são assumidas em nome do interesse nacional as desempenhem em nome de interesses privados e próprios", sublinhou, recusando "qualquer sentido de ocultação".
O caso que envolve o ex-ministro da Economia Manuel Pinho foi noticiado, em 19 de abril, pelo jornal 'on-line' Observador, segundo o qual há suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.
Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises - também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".
O 22.º Congresso Nacional do PS realiza-se na Batalha, distrito de Leiria, entre 25 e 27 de maio.