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"Vou socar a tua **** sem parar". Há agressão latente no funk brasileiro?

Prefeitura de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, colocou alguns trechos de letras de músicas em cartazes para chamar a atenção para a perpetuação da cultura da violação no Brasil.

"Vou socar a tua **** sem parar". Há agressão latente no funk brasileiro?
Notícias ao Minuto

20:14 - 01/04/18 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Brasil

O funk é um género musical brasileiro com muito público mas pouco consensual. As discussões em torno do conteúdo das letras das músicas de alguns MC’s repetem-se, inseridas no contexto mais abrangente da objetificação do corpo da mulher na música e dos mais recentes movimentos pelos direitos das mulheres (Me Too).

No caso particular do Brasil, em causa, estão as letras das músicas mais populares do momento. A galeria abaixo está em exposição na prefeitura de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, pretendendo as imagens mostrar como são vistas as mulheres pelo ponto de vista de algumas músicas, carregadas de estereótipos e incitações à violência.

“Vou socar a tua buceta [vagina] sem parar e se você pedir pra mim parar, não vou parar”, canta MC Denny na música ‘Vai Faz a Fila e Vem Uma de Cada Vez’, uma música que diz ainda “vem novinha safadinha perder sua virgindade” e que conta com milhões de visualizações no YouTube.

“Só surubinha [orgia] de leve com essas filha da puta. Taca bebida, depois taca a pica [pénis] e abandona na rua”, canta MC Diguinho na canção ‘Só Surubinha de Leve’, uma das mais ouvidas no Brasil.

Estas e outras letras, algumas mais antigas, acusadas de perpetuar uma cultura misógina e de violação, foram escritas em cartazes para fazer uma campanha pensada para o último Dia da Mulher. 

Conforme recorda o El Mundo, numa peça sobre o mesmo tema, intitulada ‘Música para violar em grupo em São Paulo’, uma mulher é violada no Brasil a cada 11 minutos, sendo que 70% das vítimas são menores, violadas por elementos da família. No mesmo país, a cada duas horas e meia uma mulher é vítima de violação coletiva (dados de 2016). Apenas 15,7% dos acusados são efetivamente presos.

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