A mãe de Gabriel Cruz, Patrícia Ramirez, falou esta segunda-feira à imprensa, um dia depois da descoberta do corpo do filho de oito anos e pediu para que não se “espalhe a raiva” em memória do “Pescaíto”, como era apelidado o menino.
Gabriel, de oito anos, que estava desaparecido desde o dia 27 de fevereiro, foi encontrado este domingo no porta-bagagens do carro da namorada do pai, Ana Julia Quezada. A dominicana de 43 anos foi detida pela polícia espanhola quando transportava o cadáver da criança.
Patrícia pediu, de forma emocionada, que “não se espalhe a raiva, que não se fale mais dessa mulher [Ana Julia], apenas das pessoas boas”, porque a suspeita “não merece que se lhe dê cobertura mediática e que se fale dela”.
“Que ninguém fale da Ana Julia, que não apareça em nenhum sítio e que ninguém partilhe coisas de ódio porque aquele era o meu filho. Que pague o que tem a pagar, mas que o que fique deste caso seja a fé e as boas ações que foram surgindo e que foram mostrando o melhor das pessoas. Não pode ficar tudo com a cara desta mulher e com palavras de raiva”, afirmou, em entrevista à rádio Onda Cero.
La madre de #Gabriel nos atiende en directo: "Quiero agradecer a todo el mundo su apoyo y sus mensajes de cariño. Aunque no haya habido final feliz; el pescaíto se nos va nadando hacia el cielo". https://t.co/d58QQXgA2j #DEPPescaíto pic.twitter.com/ULzqpzsqmH
— Más De Uno (@MasDeUno) 12 de março de 2018
A mãe de Gabriel agradeceu a todas as pessoas que ajudaram nas buscas e mesmo nas redes sociais, partilhando a foto do filho, mas apela a que esta não seja usada para outros fins. Ramírez pediu a quem criou contas com a imagem de Gabriel para que “reflitam e apaguem essas contas porque ele não merece”. “O Gabriel não merece, nem eu, nem o seu pai, que está destroçado”, continuou.
A criança estava na casa da avó, em Las Hortichuelas, uma localidade no município de Níjar (província de Almería), e saiu para ir a casa dos primos, não tendo sido mais visto. Ana Julia, que namorava com o pai do menino, Ángel, há uns meses, participou nas buscas desde o primeiro momento mas acabou por se tornar suspeita.
Esta segunda-feira, vários jornais espanhóis avançam que a morte de uma outra menina, em Burgos, está a ser investigada novamente após a detenção de Ana Julia, que viveu nesta localidade até 2014 e onde aí tem uma filha a residir, agora com cerca de 20 anos. É avançado que a outra menina, cuja idade ainda não é possível determinar, era sua filha e morreu ao cair de uma janela, num caso que na altura foi considerado suspeito mas que acabou por ser catalogado como acidental.