A mulher detida este domingo pela presumível autoria da morte do menino de 8 anos que estava desaparecido em Almería, Espanha poderá ser agora suspeita de uma outra morte, uma menina, que seria uma das suas duas filhas, que viviam consigo em Burgos. A informação é avançada pelo jornal El País com confirmação de fontes da Polícia Nacional, que não confirmam Ana Julia como suspeita, mas antes a revisão daquele caso.
A menor terá caído de uma janela e a sua morte foi considerada acidental, embora tenham existido suspeitas de que tinha sido atirada “porque o edifício tinha janelas difíceis de abrir”.
Ana Julia Quezada, de 43 anos, sublinhe-se, é a principal suspeita da morte de Gabriel Cruz. A espanhola de origem dominicana era namorada do pai de Gabriel, Ángel Cruz, [os dois na imagem acima] há alguns meses e participava ativamente nas buscas pela criança, que desapareceu no passado dia 27 de fevereiro em Las Hortichuelas, uma localidade no município de Níjar (província de Almería).
O diário espanhol não avança quando terá ocorrido a morte da menina em Burgos, mas será anterior a 2014, altura em que Ana Julia se mudou para Almería. A investigação centrar-se-á agora sobre a sua passagem por Burgos, onde ainda vive uma filha sua, com cerca de 20 anos.
Embora as primeiras notícias não refiram esta ligação, o La Vanguardia avança que a menina em causa era sua filha também e que teria sete anos e não quatro, como foi inicialmente avançado. A morte da criança, escreve o mesmo jornal, terá ocorrido em 1996, quando morava em Burgos com as duas filhas, que vieram consigo da República Dominicana. Ainda nenhuma destas informações foi confirmada oficialmente pelas autoridades, sublinhe-se.
Investigan la posible relación de Ana Julia con la muerte de una niña pequeña en Burgos https://t.co/44OD9KS9SG pic.twitter.com/0skChgS8Xy
— Cuatro (@cuatro) 12 de março de 2018
Ana Julia Quezada foi este domingo detida pelas autoridades espanholas quando transportava o corpo de Gabriel, sendo a principal suspeita da sua morte. A mulher disse às autoridades que tinha o cadáver do menino no carro porque temia que alguém o encontrasse no poço onde estava escondido.
A detenção de Ana Julia foi, inclusive, confirmada através do Twitter pelo ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, que indicou ter falado com os pais de Gabriel e transmitiu “profunda dor e comoção” em nome do “governo e de todos os espanhóis” e apelou ao respeito pelo trabalho das autoridades.
He hablado con los padres de Gabriel para transmitirles el profundo dolor y conmoción del Gobierno y de todos los españoles. Estamos a su lado en este durísimo momento. Hay una persona detenida, es fundamental respetar el trabajo de la @guardiacivil y no difundir bulos.
— Juan Ignacio Zoido (@zoidoJI) 11 de março de 2018
Recorde-se que Gabriel desapareceu no dia 27 de fevereiro depois de ter saído de casa da sua avó paterna, Carmen, para ir a casa dos primos, que vivam a cerca de 100 metros de distância. A avó diz que o viu afastar-se mas não apareceu em casa dos primos.
Ana Julia participou nas operações de busca desde o início, junto ao pai do menino, seu namorado, mas adensou as suspeitas que já existiam sobre si quando, no dia 3 de março, disse às autoridades que tinha encontrado uma camisola do menino numa zona de Las Negras que já tinha sido passada a pente fino pela polícia. A camisola estava ainda seca, quando havia chovido nos dias anteriores à sua alegada descoberta.