Rússia acusa Ucrânia de se preparar para "nova guerra"

A Rússia acusou hoje a Ucrânia de se preparar para "nova guerra", após a aprovação de uma lei no parlamento que qualifica de "ocupação temporária russa" o conflito armado no leste do país que se prolonga há quatro anos.

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Lusa
18/01/2018 16:47 ‧ 18/01/2018 por Lusa

Mundo

Aprovação de lei

"Apenas podemos considerar que são os preparativos para uma nova guerra", declarou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros, ao alertar para uma "perigosa escalada" da situação na Ucrânia e "consequências imprevisíveis para a paz e a segurança no mundo".

O parlamento de Kiev aprovou hoje uma lei sobre os territórios "ocupados" no leste do país que admite o recurso à força militar naquela região controlada pelos separatistas locais pró-russos.

O texto, adotado por 280 votos a favor após intensos debates, designa as regiões leste de Donetsk e Lugansk como "temporariamente ocupadas" pelo "país agressor", a Rússia, e admite o uso da força militar para que regressem ao controlo da Ucrânia.

"Kiev enterra desta forma os acordos de Minsk e todos os mecanismos de que dispomos para procurar soluções mutuamente aceitáveis para a resolução da crise ucraniana", acusa a diplomacia russa.

A deliberação do Parlamento ucraniano prevê que o ministério do Interior elabore um plano para a recuperação desses territórios até garantir "a ausência completa de militares russos", apesar de a decisão final recair sobre o Presidente, Petro Poroshenko.

De acordo com a nova lei, está prevista a criação de uma Sede operativa conjunta das Forças Armadas da Ucrânia para "contrariar a agressão russa", e garantir a soberania do Estado e a segurança nacional, mas sem qualquer alusão aos acordos de paz.

O conflito no leste foi desencadeado em abril de 2014, após a anexação russa da Crimeia, com um balanço de 10.000 mortos. Um acordo de paz firmado em 2015 contribuiu para a redução das hostilidades, mas continuam a registar-se confrontos armados ao longo da linha da frente.

A lei não faz referência ao acordo de paz de Minsk, patrocinado pela França e Alemanha, e que constrange Kiev a aprovar legislação que garanta uma ampla autonomia para as regiões separatistas, e uma amnistia para os rebeldes.

A maioria das forças políticas ucranianas opôs-se firmemente à aplicação destas medidas.

 

 

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