Segundo os dados do V Recenseamento Geral da População, em 15 de novembro de 2024 "estavam registadas no território nacional um total de 212.017 pessoas, das quais 209.607 constituem a população legal" residente, um aumento relativamente aos 187.356 registados em 2012.
"Dos 209.607 habitantes residentes em território nacional, 4,7% encontram-se na ilha do Príncipe e 95,3% na ilha de São Tomé. Da população da ilha de São Tomé, 47,3% são homens e 52,7% são mulheres, enquanto na ilha do Príncipe, 48,8% são homens e 51,2% são mulheres", detalha o documento divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.
Na ilha de São Tomé, os distritos de Água-Grande e Mé-Zochi são os mais populosos, com 38,5% e 24,2% da população total, respetivamente, e o distrito de Caué é o menos populoso, com 3,5% da população, sendo que os distritos de Cantagalo, Lobata e Lembá albergam 9,9%, 11% e 8,2% da população total do país, respetivamente.
Segundo o documento, após o recenseamento populacional geral e habitacional realizado em 2024 e o recenseamento suplementar realizado em alojamentos vazios em março de 2025, foram registados 12.239 emigrantes, nos últimos cinco anos (20219-2024), dos quais 52% eram homens e 48% mulheres.
"As informações recolhidas mostram um aumento drástico dos fluxos migratórios entre 2019 e 2024. O número de emigrantes duplicou literalmente entre 2019 e 2020, mas também entre 2022 e 2023. Comparando o número de pessoas que emigraram em 2024 com o da população total registada em 2024, verifica-se que quase 2% da população total do país abandonou o território nacional, num ano, para residir pelo mundo", lê-se no documento.
Os dados do V RGP destacam ainda a "taxa acelerada de saída das populações em idade ativa para o estrangeiro nos últimos cinco anos", sublinhando que 63,9% tinham entre 15 e 49 anos em 2019, valor que subiu para os 69,4% em 2024.
"Portugal continua a ser o destino preferencial dos emigrantes são-tomenses nos últimos cinco anos", refere-se no documento, apontando que a proporção "aumentou de 81,9% em 2019 para 95,4% em 2024", sendo que o maior aumento ocorreu entre 2020 e 2021, nomeadamente de 84,8% para 94,1%, um aumento de 9,3 pontos percentuais.
O ministro do Estado, da Economia e Finanças de São Tomé e Príncipe, Gareth Guadalupe, referiu que os resultados apresentados "terão que ser um trabalho de casa para todos" para orientar as políticas públicas do país nos próximos 10 anos, sobretudo numa altura em que o executivo está a ultimar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) 2026-2040, que pretende aprovar em forma de lei.
"A estratégia tem tudo lá. Não se vai inventar mais nada, temos é que adaptá-la ao longo do caminho", declarou Gareth Guadalupe.
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