Halliburton admite ter destruído provas sobre derrame de petróleo no golfo do México

A multinacional norte-americana Halliburton admitiu hoje que destruiu provas relacionadas com o derrame de petróleo no Golfo do México, em 2010, o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

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Lusa
26/07/2013 15:32 ‧ 26/07/2013 por Lusa

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De acordo com um comunicado do Departamento de Justiça dos EUA, a companhia energética concordou em dar-se como culpa de conduta criminosa que ocorreu durante a investigação ao acidente que causou a morte a nove pessoas no seguimento de um derrame que acabou por espalhar o equivalente a quase 5 milhões de barris no Golfo do México ao longo de três meses.

O acidente obrigou o dono da obra, a BP, a pagar milhares de milhões de dólares em indemnizações e gastos com a limpeza do local, depois de ter subcontratado uma parte da exploração petrolífera à Halliburton Energy Services, que já tinha sido acusada pela empresa britânica de ter destruído provas.

O comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que equivale aos ministérios da Justiça nos países europeus, explica que a Halliburton - a construtora das tampas de cimento do poço, o elemento central neste desastre ambiental - levou a cabo a sua própria investigação em maio e junho desse ano, só que os resultados das simulações feitas por computador foram apagados e nunca mis puderam ser recuperados.

De acordo com a AFP, para além de se dar como culpada - o que ainda tem de ser confirmado judicialmente -, a Halliburton concordou em pagar a pena máxima, no valor de 200 mil dólares, e anunciou no seu site que vai doar 55 milhões de dólares à fundação National Fish and Wildlife, uma organização ambiental.

O ponto central na investigação era o número de vedantes, conhecido como 'centralizadores', que foram colocados no cimento que tapava o poço em exploração. A Halliburton, de acordo com o comunicado da Justiça, tinha recomendado 21, mas a BP optou por colocar apenas seis.

"Estas simulações [por computador e que foram apagados] indicaram que havia pouca diferença entre usar 6 ou 21 centralizadores. O diretor do programa (que repetiu os dados inicialmente inseridos por um técnico) recebeu ordens para destruir estes resultados", lê-se no comunicado da autoridade norte-americana.

Vários responsáveis governamentais têm criticado a BP, a operadora Transocean e a Halliburton por terem ‘seguido atalhos' e não terem ligado aos sinais de alerta que podiam ter evitado o acidente, afirma a AFP, relembrando que, no ano passado, a BP concordou em pagar 5,4 mil milhões de dólares em multas e declarou-se culpada em diversas acusações relacionadas com as explosões e consequente derrame de petróleo para a costa da Louisiana, que viveu o seu maior desastre ambiental de sempre.

Para além disso, a empresa pagou mais de 14 mil milhões na resposta e no processo de limpeza da região, tendo pago também cerca de 10 mil milhões de euros a empresários, indivíduos e autoridades locais que não se juntaram ao processo judicial principal, elevando, só nestes três pontos, a fatura para a BP para 34,2 milhões de euros.

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