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Pinguins do tamanho do homem habitaram na Nova Zelândia na pré-história

Uma espécie gigante de pinguins, que tinha o tamanho de um homem adulto, habitou na Nova Zelândia há entre 55 e 60 milhões de anos, indicou um estudo publicado hoje pela revista científica Nature Communications.

Pinguins do tamanho do homem habitaram na Nova Zelândia na pré-história
Notícias ao Minuto

06:42 - 13/12/17 por Lusa

Mundo Estudo

A existência do pinguim, que media 1,65 metros em pé e pesava aproximadamente cem quilogramas, é revelada por um grupo de investigadores da Alemanha e Nova Zelândia. Segundo os fósseis, que foram descobertos em 2004 numa falésia perto da praia Hampden, localizada na região de Otago, na Ilha Sul da Nova Zelândia, tratar-se-ia de um dos maiores pinguins da história.

Em comparação, o pinguim imperador, o maior da atualidade, mede aproximadamente 1,22 metros.

O cientista neozelandês Alan Tennyson, que trabalhou com o principal autor do estudo, o alemão Gerald Mayr, do Instituto de Investigação Senckenberg e Museu de História Natural de Frankfurt, reconheceu ser difícil determinar, contudo, como seriam vistas essas aves na vida real.

"Certamente seriam muito impressionantes, altas como muitas pessoas (...), um animal musculoso", sublinhou Alan Tennyson, em declarações por telefone à agência de notícias espanhola Efe. "A descoberta desta incrível criatura revela-nos como a Terra mudou com o tempo", sublinhou o especialista neozelandês, paleontólogo do Museu Te Papa, na cidade neozelandesa de Wellington.

A elevada altura deste pinguim levou a que fosse batizado de "Kumimanu biceae", uma fusão entre as palavras em maori "Kumi", que significa animal monstruoso, e "Manu", pássaro, tendo-se somado ainda "Bice", de Beatriz, em referência à mãe de Tennyson.

A existência do "Kumimanu biceae", também descoberta por Paul Scofield -- outro dos autores do estudo --, demonstra que muitas espécies de aves sem asas como estes e outros pinguins que habitaram na Antártida e noutras partes do hemisfério sul, tinham também elevada altura.

O desaparecimento dos seus predadores, dinossauros ou répteis marinhos, fez com que as aves sem asas alcançassem grande tamanho precisamente por não poderem voar, ainda que estes pinguins gigantes tenham acabado por desaparecer depois, há cerca de 20 milhões de anos.

"A extinção pode ter sido provocada pela evolução das focas e de outros mamíferos marinhos com dentes que os comiam ou competiam com eles por comida", explicou Alan Tennyson.

Apesar de os fósseis do "Kuminamu biceae", que compreendem partes do corpo, terem sido encontrados em 2004, as rochas que os alojavam estiveram durante anos armazenadas e apenas em 2015 foram realizados trabalhos paleontológicos relevantes.

Tennyson explicou que os fragmentos de fósseis encontrados anteriormente na Antártida indicam que existem exemplares de pinguins que mediam até cerca de dois metros de altura, como o "Palaeeudyptes klekowskii", mas os elementos do "Kuminamu biceae" apresentam uma maior diversidade e provam que as proporções são mais consistentes com a altura calculada (de 1,65 metros).

"Concluimos que o 'Kuminamu biceae' é um dos fósseis de pinguins maiores reportados até agora e pode ter sido superado em tamanho pelos fragmentos mencionados de exemplares do 'Palaeeudyptes klekowskii' na Antártida", de acordo com o estudo publicado pela Nature.

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