Explicado mistério da extinção do pombo-passageiro
O mistério da extinção súbita do pombo migrador norte-americano no início do século XX explica-se porque era geneticamente incapaz de viver em grupos pequenos, segundo um estudo publicado quinta-feira na revista Science.
© iStock/benoitb
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A população de pombos quando os primeiros colonos chegaram à América estava entre os três e cinco mil milhões de animais, mas apesar desses números, a caça intensiva no século XIX fez com que chegasse à extinção.
"Os pombos migradores norte-americanos prosperaram durante dezenas de milhares de anos até terem uma extinção súbita. Paradoxalmente, a sua enorme população pode ter sido um fator determinante", afirmou a investigadora Beth Shapiro, professora de biologia e ecologia na Universidade da Califórnia.
Estudando o ADN de pombos conservados em museus, conseguiram determinar a sua diversidade genética e descobriram que a seleção natural era extremamente eficaz na espécie. Por ser tão numersoa, as mutações genéticas benéficas propagavam-se rapidamente e as negativas desapareciam também rapidamente.
Assim, havia pouca diversidade genética na espécie, o que não a impediu de ter estabilizado durante pelo menos 20.000 anos, estimam os biólogos, porque antes da colonização vivia em grupos enormes que eram melhores a defender-se dos predadores, encontrar alimento e reproduzir-se.
Do estudo conclui-se que os pombos, que estavam adaptados a um modo de vida gregário, não conseguiram sobreviver em pequenos grupos quando começaram a ser caçados em larga escala.
Os cientistas tiram daqui conclusões mais vastas para as espécies, demonstrando que até as grandes populações podem desaparecer rapidamente.
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