Inglaterra nega investigação pública à morte de ex-espião russo

O governo do Reino Unido recusou hoje o pedido de abertura de uma investigação pública à morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko, envenenado com polónio radioativo em Londres, disse hoje o médico-legista.

Governo britânico nega investigação pública à morte de ex-espião russo

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Lusa
12/07/2013 13:08 ‧ 12/07/2013 por Lusa

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Alexander Litvinenko, 43 anos, morreu depois de ter sido envenenado quando bebia chá num hotel em Londres em 2006.

A sua viúva, Marina Litvinenko, revelou na altura que o seu marido, um antigo agente do KGB, trabalhava para os serviços de informações do Reino Unido, acusando o Kremlin de o ter assassinado.

O médico-legista Robert Owen tinha pedido uma investigação pública para substituir o inquérito sobre o assassínio do antigo espião em Londres, uma vez que no âmbito deste inquérito não tinha autorização para investigar um possível envolvimento da Rússia no crime.

Robert Owen adiantou que desta forma o inquérito sofrerá mais atrasos e expressou a sua compreensão à família do ex-membro do KGB, que já anunciou a intenção de pedir uma reapreciação da decisão governamental.

Ben Emmerson, advogado da família Litvinenko, disse que com esta decisão, "o governo mostrou total desprezo e falta de profissionalismo" na forma como tratou o pedido de uma investigação pública.

O atual inquérito à morte de Litvinenko foi posto em causa em maio, quando Robert Owen disse que não podia recolher depoimentos relativos ao alegado envolvimento da Rússia, na sequência de um pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico para manter o segredo, por razões de segurança nacional.

Na ocasião, o médico sustentou que falharia no seu dever de "realizar uma investigação completa, justa e livre sobre as circunstâncias da morte de Litvinenko" se fosse forçado a ignorar provas.

Por isso, Robert Owen escreveu no mês passado ao secretário de Justiça pedindo a realização de uma investigação pública em vez do inquérito.

De acordo com a lei britânica, numa investigação pública é possível a recolha de depoimentos em segredo, o que não acontece nos inquéritos.

Os inquéritos, realizados para examinar mortes súbitas e inexplicáveis, são usados para determinar o local, a hora e as circunstâncias da morte, mas não para atribuir culpas.

O inquérito à morte do ex-espião já sofreu vários atrasos porque os governos do Reino Unido e da Rússia têm adiado a entrega de documentos.

No âmbito da investigação, a polícia de britânica pediu a prisão de dois cidadãos russos - Andrei Lugovoy e Dmitri Kovtun -, mas as autoridades russas recusaram-se a entregá-los, negando qualquer envolvimento.

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