Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne foram hoje anunciados como vencedores do prémio Nobel da Física pelo estudo das ondas gravitacionais – um fenómeno previsto pelo físico Albert Einstein há mais de 100 anos.
Rainer Weiss é um dos principais investigadores do projeto LIGO - Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser - para construção de um detetor de ondas gravitacionais.
Por sua vez, Barry Clark Barish é um investigador de física experimental americano e professor no Instituto de Tecnologia da Califórnia. À semelhança de Weiss, é um dos principais especialistas em ondas gravitacionais.
Kip S. Thorne é um físico teórico norte-americano, também especialista na matéria, e coautor do livro Gravitation.
Recorde-se que a Física é considerada a mais básica das ciências naturais que aborda os constituintes fundamentais da matéria e suas interações, bem como a natureza dos átomos e a acumulação de moléculas.
O prémio Nobel da Física é atribuído anualmente pela Academia Real das Ciências da Suécia aos cientistas que, pelos projetos desenvolvidos em prol da investigação, se destacam no panorama internacional.
O júri do Prémio Nobel destacou os seus "contributos decisivos" para a observação de ondas gravitacionais, que são considerados um avanço fundamental na investigação que vem confirmar o que antecipou Albert Einstein na sua Teoria da Relatividade Geral.
Os três cientistas foram fundamentais para a primeira observação de ondas gravitacionais em setembro de 2015. Quando a descoberta foi anunciada vários meses depois, foi considerada uma descoberta que abalou o mundo científico.
As ondas gravitacionais são ondulações extremamente fracas no tecido do espaço e do tempo, geradas por alguns dos eventos mais violentos do universo.
As ondas foram detetadas pelos laureados na sequência de uma colisão de dois buracos negros a cerca de 1,3 mil milhões de anos-luz de distância.
Rainer Weiss recebe metade do montante do Prémio Nobel, no valor total de quase um milhão de euros, e Thorne e Barish dividirão a outra metade.
Os três físicos tinham sido este ano distinguidos com o Prémio Princesa das Astúrias para a Investigação Científica e Técnica.
Este é um dos cinco galardões estabelecidos por Alfred Nobel, em 1895, e os premiados são escolhidos por um comité de cinco membros eleitos pela Academia Real das Ciências da Suécia.
Da história dos premiados ao longo destes anos destaca-se o John Bardeen que foi galardoado duas vezes, em 1956 e 1972, William Lawrence Bragg, o mais jovem a ser destacado nesta categoria. Estávamos em 1915 e o físico tinha 25 anos. Neste leque constam também duas mulheres, designadamente Marie Curie e Maria Goeppert-Mayer.
No ano passado, o prémio foi atribuído a David J. Thouless, F. Duncan M. e Michael Kosterlitz pelas descobertas teóricas de transições de fase topológica.