O julgamento deveria acabar nesta quinta-feira, no entanto, ficou decidido por sugestão do juiz e presidente do TSE, Gilmar Mendes, que a análise da ação será retomada na quinta-feira com sessões de manhã, a tarde e à noite e, se for necessário, continuará na sexta-feira e no sábado.
Durante toda a manhã de hoje, o juiz relator do processo, Herman Benjamin, rejeitou questões colocadas pelas defesas do Presidente Michel Temer e da ex-Presidente Dilma Rousseff, que argumentavam que no inicio do processo não havia menção aos crimes posteriormente delatados pela construtora Odebrecht e, portanto, estas provas deveriam ser descartadas.
O relator rebateu a argumentação e defendeu que o processo mantenha os relatos dos executivos da Odebrecht, que disseram em depoimentos prestados ao TSE que a campanha da candidatura Dilma-Temer foi alimentada com dinheiro não declarado repassado como suborno por contratos fechados pela construtora com a petrolífera estatal Petrobras.
A decisão sobre a manutenção ou retirada dessas provas do processo dependerá dos votos dos sete juízes que formam o coletivo do TSE, que ainda não se manifestaram.
Cabe ainda a estes sete juízes decidir se vão condenar ou absolver a candidatura Dilma-Temer.
A candidatura é acusada de ter cometido crime de abuso do poder político e económico e de ter financiado a campanha com dinheiro de suborno pago por construtoras envolvidas nos escândalos de corrupção da Petrobras.
Se forem condenados, Michel Temer perderá o cargo e a ex-Presidente Dilma Rousseff terá os seus direitos políticos cassados pelo prazo de oito anos.