O almirante Mike Rogers, que chefia o comando de cibersegurança, disse na comissão das Forças Armadas do Senado que os Estados Unidos estão a trabalhar com países aliados, designadamente França e Alemanha, para neutralizar campanhas de desinformação durante eleições.
A comissão eleitoral de França anunciou que "uma quantidade significativa de dados" e algumas informações falsas foram divulgadas em redes sociais na sequência de um ataque informático à campanha de Emmanuel Macron, 48 horas antes da segunda volta, que Macron venceu por ampla margem.
O material divulgado pelos 'hackers' (piratas informáticos) incluía, segundo a campanha de Macron, 'emails', documentos e informações sobre o financiamento da campanha.
"Falámos com os nossos parceiros franceses antes do anúncio público dos acontecimentos", disse o almirante: "Oiçam, estamos a observar os russos, estamos a vê-los penetrar alguma da vossa infraestrutura. O que podemos fazer para ajudar?".
Responsáveis franceses atribuíram o ataque às autoridades russas, partindo do pressuposto de que o objetivo era prejudicar Macron em benefício da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, que mantém boas relações com o presidente russo, Vladimir Putin.
Mike Rogers escusou-se no entanto a responsabilizar as autoridades russas.
Rogers disse por outro lado que os Estados Unidos continuam a trabalhar na definição de uma política abrangente para combater o que designou "um admirável mundo novo" informático.
'Hackers' russos são também suspeitos de um ataque informático à campanha da candidata às presidenciais norte-americanas de novembro Hillary Clinton, que está a ser investigado.
Tanto a Alemanha como Reino Unido têm por seu lado manifestado receio de interferências da Rússia nas eleições que realizam este ano, respetivamente em setembro e em junho.