Le Pen, a candidata presidencial da extrema-direita francesa, que tem apelado a laços mais estreitos com Putin, reuniu-se com este em Moscovo, na semana passada, um mês antes da primeira volta da eleição presidencial francesa, com o Presidente russo a garantir que o Kremlin não se envolve na política em francesa.
Mas os dirigentes russos têm elogiado os políticos europeus de direita e eurocéticos, com Putin a cimentar relações estreitas, por exemplo, com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, em Budapeste, no último mês.
"Há uma razão pela qual Putin apoia a extrema-direita através da Europa", afirmou Timmermans, ao dirigir-se a deputados espanhóis, respondendo: "É porque ele sabe que a extrema-direita nos enfraquece e divide".
E, concluiu, "uma Europa dividida significa que quem manda é Putin".
Timmermans rejeitou querer entrar em conflito com o líder russo, mas acusou-o de "tentar criar a desunião ao convidar Le Pen para o Kremlin e apoiar toda a espécie de partidos de extrema-direita em toda a Europa".
A Federação Russa tem sido acusada de ter interferido nas eleições presidenciais nos EUA, com a intenção de obter resultados eleitorais favoráveis a Donald Trump, o que provocou uma investigação das autoridades norte-americanas.
Em fevereiro, um assessor do candidato presidencial francês Emmanuel Macron, um pró-europeu, acusou Moscovo de procurar prejudicar a sua campanha, ao espalhar rumores falsos através da imprensa estatal.
Mas, segundo um comunicado emitido pelo Kremlin depois reunião de Putin com Le Pen, o presidente russo garantiu que a Federação Russa "não quer influenciar, seja por que forma for, os acontecimentos correntes", mas que "se reserva o direito de comunicar com todos os representantes de todas as forças políticas do país".