A audiência privada, de cerca de 45 minutos, será o segundo encontro entre a chefe do governo alemão e o Papa Francisco.
O primeiro teve lugar a 19 de março, após a missa que marcou o início do Pontificado de Francisco e à qual compareceram diversos chefes de Estado e de Governo.
Angela Merkel, de origem protestante, saudou a eleição do novo pontífice no mesmo dia em que o antigo cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, foi eleito papa pelos 115 cardeais reunidos em Roma, em 13 de março.
"Fico particularmente feliz pelos cristãos da América Latina, com o facto de, pela primeira vez, um dos seus ter sido eleito para chefiar a Igreja católica", afirmara Merkel numa mensagem, em que também lhe desejara "saúde e força para o seu serviço ao bem da humanidade".
Na ocasião, a chanceler alemã lembrou que "mais do que os católicos em todo o mundo, são muitos os que do novo papa esperam orientação, não só em matéria de fé, mas também no que diz respeito à paz, justiça e integridade e à conservação da criação".
A imprensa germânica não faz qualquer referência aos assuntos que serão abordados no encontro.
O papa Francisco denunciou na quinta-feira o "culto do dinheiro" e "a ditadura de uma economia sem rosto, nem objetivo verdadeiramente humano", lamentando que ética e solidariedade sejam conceitos "que incomodam".
Perante os novos embaixadores do Quirguistão, Antigua e Barbuda, Luxemburgo e Botswana, Francisco lembrou que uma boa parte da população mundial vive em condições de "precariedade quotidiana" e evocou "o medo e o desespero que se apoderam dos corações de muitas pessoas, mesmo nos países ricos".
Para o ex-arcebispo de Buenos Aires, conhecido pela atenção dispensada aos pobres, uma das causas é "a relação com o dinheiro". Segundo Jorge Bergoglio, a crise financeira mundial tem origem "numa profunda crise antropológica" com a criação "de ídolos novos", "o culto do dinheiro e a ditadura de uma economia sem rosto, nem objetivo verdadeiramente humano".