"Manifesto meu integral inconformismo com o facto de um ex-Presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante as autoridades competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento", afirmou a chefe de Estado, em comunicado.
Em relação às medidas decididas pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Púbico, e executadas, no dia de hoje, pela Polícia Federal, Dilma Rousseff defende o cumprimento da Constituição, a única via segura para o bom exercício das funções públicas.
Rousseff considera que "é necessário que as investigações prossigam", mas pediu aos agentes públicos que tenham respeito pelos direitos individuais.
Segundo a presidente brasileira, esses direitos "passam, nas investigações, pela adoção de medidas proporcionais que jamais impliquem em providências mais gravosas do que as necessárias para o esclarecimento de factos".
Dilma conclui dizendo que condena as fugas de informação, que permitem "pré-julgamentos antes do exercício do contraditório e da ampla defesa" e "não contribuem para a busca da verdade, mas apenas servem para animar a intolerância e retóricas antidemocráticas".
Na manhã de hoje, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ouvido por procuradores federais, que suspeitam que ele tenha obtido, de forma ilegal favores, doações e o pagamento de serviços de palestras que somam 7,2 milhões de euros (30 milhões de reais),
O Ministério Público suspeita que esse dinheiro tenha sido dado ao ex-Presidente do Brasil por seis empresas ligadas ao escândalo de corrupção na Petrobras entre 2011 e 2014, em troca de favorecimento nos contratos firmados por estas empresas com a petrolífera brasileira.