"A Venezuela está a enfrentar um assédio permanente e (...) para a manipulação dos Direitos Humanos (...) para isolar o nosso país", declarou Maduro, diante do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
"A Venezuela exige um maior respeito", acrescentou o chefe de Estado venezuelano, recordando que o seu país foi eleito há algumas semanas para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, órgão formado por 47 membros, um pequeno grupo quando comparado com os 193 estados-membros que compõem as Nações Unidas.
Momentos antes destas declarações de Maduro, o Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, o jordano Zeid Ra'ad Al Hussein, tinha denunciado, através de videoconferência, a falta de imparcialidade do sistema judiciário venezuelano.
"Um bom número de órgãos da área dos Direitos Humanos da ONU, incluindo o grupo de trabalho sobre a detenção arbitrária e o comité de Direitos Humanos, bem como o meu próprio gabinete, expressaram sérias preocupações sobre a independência do poder judicial na Venezuela, a imparcialidade dos juízes e dos magistrados do Ministério Público e as pressões que enfrentam quando tratam de casos politicamente sensíveis", afirmou Zeid Ra'ad Al Hussein.
O Alto-comissário também denunciou "a intimidação, as ameaças e os ataques contra jornalistas, defensores dos Direitos Humanos e advogados".
A intervenção de Maduro, que viajou para Genebra com a sua mulher, ocorre um dia depois de opositores venezuelanos terem apresentado uma queixa junto do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o chefe de Estado venezuelano por crimes contra a humanidade.