Argélia escapa a 'primavera árabe' devido à "década negra"

A embaixadora da Argélia em Lisboa, disse, em entrevista à Lusa, que o país "não foi contaminado pela vaga de protestos" da 'primavera árabe' devido à "década negra" que viveu nos anos 1990.

--

©

Lusa
14/02/2013 11:56 ‧ 14/02/2013 por Lusa

Mundo

Embaixadores

Nessa altura, "tivemos a nossa própria 'primavera'. Vivemos uma década que designamos como a 'década negra', dez anos que colocaram a Argélia numa vaga de terrorismo sem precedentes", afirmou Fatiha Selmane, em alusão aos anos que se seguiram à instauração do multipartidarismo no país e à popularidade dos islamitas da Frente Islâmica de Salvação (FIS), que acabaria ilegalizada.

O país acabaria por mergulhar numa guerra civil que fez cerca de 200 mil mortos, segundo números oficiais.

"Essa década ainda está bastante presente no espírito dos argelinos", disse a diplomata, salientando que há ainda o exemplo que vem de países vizinhos, como é o caso da Líbia.

"A noção de primavera árabe está a mudar de dia para dia e alguns falam mesmo de inverno árabe", disse a diplomata.

"Os argelinos não estão interessados em viver uma situação de agitação que já conheceram e de forma muito dolorosa", insistiu.

Fatiha Selmane referiu que as transformações políticas nos países que viveram mudanças de regime "estão apenas no início".

"A transição democrática é um processo longo", apontou a embaixadora, defendendo que deve ser dado apoio económico da comunidade internacional, em particular da Europa, aos países em mudança.

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas