"Nos resultados da avaliação feita pelos RSF devemos destacar que, apesar de ter havido uma mudança de metodologia, o que pode explicar a ligeira descida no ranking, Cabo Verde mantém uma avaliação muito boa", disse José Maria Neves aos jornalistas que o interpelaram sobre a questão.
No relatório sobre Liberdade de Imprensa dos Médicos sem Fronteiras (MFS), Cabo Verde caiu da 9.ª para a 25.ª posição, facto atribuído por José Maria Neves a uma "mudança de metodologia" que, mesmo assim, não retira mérito ao facto de o arquipélago estar entre os países "totalmente livres" nesse domínio.
"Em 179 países, Cabo Verde está nos primeiros 25, é o primeiro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e o segundo em África", salientou.
Repetindo sete vezes a frase "ligeira descida", José Maria Neves salientou também que, "à vista desarmada", não vê "nenhum facto relevante interno" que a justifique.
"Houve uma mudança de metodologia, mas teremos de ver todos os aspectos que foram considerados no relatório. Mas as notas, as questões referentes a Cabo Verde, não dizem nada de mal", sustentou.
José Maria Neves ressaltou também que Cabo Verde está à frente de países como Portugal (28.ª posição), Estados Unidos (32.ª) e África do Sul (52.ª), lembrando, ao mesmo tempo, a descida do Canadá, que, de 10.º, passou para 20.º.
"Não terá acontecido nada de excepcional que possa justificar a ligeira descida. A imprensa cabo-verdiana é completamente livre. Quando analisamos as outras sondagens e indicadores, como os do Heritage Foundation e Freedom House, o país está nos primeiros lugares das liberdades económicas e da transparência na gestão da coisa pública", sublinhou.
"Ser totalmente livre não significa que não haja problemas. Poderá haver um ou outro, mas desde que o Governo tome medidas e garanta as condições favorecedoras da Liberdade de Imprensa, o país continuará a ser totalmente livre", concluiu.