Perante cerca de 1.400 pessoas reunidas na catedral de Colónia, o chefe de Estado alemão considerou que na tragédia que causou 150 mortos, incluindo 72 alemães e 50 espanhóis, "qualquer coisa foi destruída, que não pode ser reparada neste mundo".
O acidente do Airbus A320 da companhia Germanwings, do grupo Lufthansa, que fazia a ligação entre Barcelona e Dusseldorf, foi atribuído ao copiloto deprimido que terá deliberadamente conduzido o avião contra uma montanha.
"Para muitos de vós o choque foi ainda maior quando se soube que o acidente terá sido provocado não por um problema técnico mas devido ao ato voluntário de um homem. Este aparentemente levou numerosas outras pessoas para a morte que procurava para si", disse Gauck ao discursar na cerimónia religiosa de homenagem às vítimas.
"Muitas pessoas no país sentiram um misto de sentimentos terríveis e pesados: um medo incrível, a estupefação, a tristeza que nalguns casos se transformou em raiva", adiantou.
Segundo o presidente alemão, o mais assustador será não saber o que se passou na cabeça do copiloto, "a loucura do que se passou (...) e o mal que revela".
Gauck agradeceu a todos os franceses mobilizados para o local do acidente, referindo "os polícias, bombeiros, alpinistas, enfermeiros, médicos", mas também às autoridades e nomeadamente ao presidente François Hollande, assim como a "todos as francesas e franceses que partilharam a dor dos familiares das vítimas alemãs".
Quinhentos familiares das vítimas do desastre assistiram à cerimónia, transmitida em ecrãs colocados fora da catedral e pela televisão, estando a França representada pelo secretário de Estado encarregado dos Transportes, Alain Vidalies.