Caminho-de-Ferro volta a ligar o Atlântico ao interior africano
O comboio entre o Atlântico e o interior de Angola regressa a partir de hoje ao serviço, trinta anos depois de a guerra civil ter destruído 1.344 quilómetros de uma linha que começou a ser construída em 1903.
© Lusa
Mundo Benguela
O troço final da Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), na província do Moxico, ligando Luena e Luau em 334 quilómetros, foi concluído em 2014 e esteve em testes até agora.
A estação ferroviária do Luau é inaugurada hoje pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, coincidindo com a chegada àquela vila do chamado "comboio inaugural", que partiu na terça-feira do Lobito, no litoral, o início desta linha.
Paralelamente, será inaugurada a ponte ferroviária transfronteiriça ligando o Luau à República Democrática do Congo (RDCongo), que permitirá a interligação com a rede daquele país. Está igualmente prevista a interligação da rede ferroviária que agora chega ao Moxico com a Zâmbia.
Estes dois países do interior do continente africano voltam assim a ter uma forma de exportar, por via marítima - através do designado "corredor do Lobito" - os minérios extraídos nas regiões de Katanga (RDCongo) e Copperbelt (Zâmbia). Por esse motivo, as inaugurações a realizar no Luau serão testemunhadas pelo Presidente da RDCongo, Joseph Kabila, e da Zâmbia, Edgar Chagwa Lungu.
Esta ligação foi sendo retomada faseadamente, após um investimento global na reabilitação avaliado em 1,83 mil milhões de dólares (1,61 mil milhões de euros) e realizada inteiramente por uma empresa chinesa.
O Estado angolano gastou mais de 4,5 milhões de euros na desminagem dos 1.344 quilómetros do CFB. Mais de 1.300 especialistas retiraram manualmente, durante seis anos, cerca de 12 mil engenhos explosivos não detonados e mais de 11 mil minas antipessoal.
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