Nada – nem ninguém – é preto no branco. Julga-se uma pessoa completamente honesta? E acredita que aquele ser inimigo é 100% desonesto. Desengane-se. São vários os estudos que comprovam que ninguém é “totalmente bom ou totalmente mau” e que onde começa a tentação acaba a honestidade.
Esta virtude, refere o i deste sábado, depende essencialmente de quatro fatores, segundo o professor de economia comportamental Daniel Ariely.
Um dos aspetos que mais se tem em conta quando se transgride uma regra é o lucro que se obtém. Quanto maior ele for, maior a tentação. Por sua vez, quanto mais indireto for, menos culpado se sente o transgressor, pelo que é mais fácil agir desonestamente.
O altruísmo é outra das razões que leva à desonestidade. Se o ser humano fizer o mal a pensar que está a ajudar alguém, sente-se virtuoso em vez de se sentir culpado. Isto faz com que volte a transgredir a ética.
Mas há limites para tudo e esses são impostos por cada pessoa. Quem os impõe é a personalidade de cada um. Ainda que tenham recebido a mesma educação, há pessoas mais influenciáveis do que outras.
Sim, porque o contágio é mesmo um dos mais importantes fatores. O chamado ‘efeito Madoff’ faz com que nos sintamos tentados a fazer o que os outros fazem. Tanto é que se colocarmos um individuo assumidamente desonesto numa sala cheia de pessoas honestas, estas tendem a esquecer o bom senso.