"Cinco funcionários nacionais e 15 funcionários internacionais estão detidos no complexo" da ONU que os rebeldes invadiram no sábado, disse à agência de notícias France-Presse Press (AFP) Jean Alam, porta-voz do coordenador residente das Nações Unidas no Iémen.
Onze funcionários nacionais foram libertados após interrogatório, precisou, acrescentando que a ONU estava em contato com os Huthis e outras partes para "resolver esta situação grave o mais rápido possível, acabar com a detenção de todos os funcionários e restaurar o controlo total de suas instalações em Sana".
No sábado, fonte da ONU disse à AFP que as forças de segurança Huthis entraram no complexo da organização em Sana "sem autorização".
Os rebeldes, apoiados pelo Irão, já tinham invadido os escritórios da ONU em Sana em 31 de agosto, detendo cerca de dez funcionários, indicou a organização.
Um responsável Huthi acusou os fucnionários da ONU de espiarem para os Estados Unidos e Israel.
O novo incidente ocorreu depois que dezenas de funcionários da ONU foram presos nos últimos meses em áreas controladas por rebeldes iemenitas apoiados pelo Irão.
Na quinta-feira, num discurso transmitido na televisão, o líder rebelde Abdelmalek al-Huthi afirmou que as forças desmantelaram "uma das células de espionagem mais perigosas", indicando que está "ligada a organizações humanitárias como o Programa Mundial de Alimentos e o UNICEF [Fundo das Nações Unidas para a Infância]".
No sábado, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, considerou "perigosas e inaceitáveis" as afirmaçoes do líder rebelde, argumentando que "colocam em sério risco a segurança do pessoal da ONU e dos trabalhadores humanitários, além de comprometer operações vitais de socorro".
Em meados de setembro, o coordenador humanitário da ONU para o Iémen foi oficialmente transferido de Sana, capital controlada pelos Huthis, para Áden, capital interina do governo reconhecido internacionalmente.
Dez anos de guerra civil mergulharam o Iémen, um dos países mais pobres da Península Arábica, numa das piores crises humanitárias do mundo, segundo a ONU.
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