O braço armado do movimento islamita Hamas anunciou hoje ter encontrado o corpo de um refém israelita durante as operações de busca na Faixa de Gaza e alertou que qualquer escalada militar dificultará o regresso.
Num comunicado publicado nas redes sociais, as Brigadas al-Qassam garantiram que vão devolver o corpo durante o dia "se as condições no local o permitirem".
Qualquer "escalada do conflito" realizada por Israel vai dificultar a busca, a escavação e a recuperação dos corpos, o que vai atrasar o regresso, alertou o grupo.
A declaração foi publicada pouco depois de o primeiro-ministro israelita ter ordenado "ações vigorosas contra alvos terroristas" em Gaza, nove dias depois da entrada em vigor do cessar-fogo, sem esclarecer se isto significa o fim do acordo com o Hamas.
"Após a violação do cessar-fogo por parte do [grupo islamita palestiniano] Hamas, o primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, realizou uma consulta com o ministro da Defesa e os chefes do setor de segurança e ordenou ações vigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza", avançou o gabinete de Netanyahu, em comunicado.
A confirmar-se, este será o 13.º de 28 cadáveres de reféns que o Hamas ficou de entregar a Israel, no âmbito do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor a 10 de outubro.
Os corpos mais recentemente devolvidos foram entregues no sábado à noite pelo grupo islamita, tendo as autoridades forenses israelitas identificado ambos esta manhã.
No entanto, Israel continua a reclamar a devolução dos 16 cadáveres que faltam para ser cumprida a primeira premissa do acordo de cessar-fogo, tendo imposto esta condição para permitir a abertura total da passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito.
A reabertura de Rafah ia facilitar a procura de tratamento médico, viagens ou visitas a familiares por parte dos palestinianos no Egito, onde vivem dezenas de milhares de palestinianos.
O Hamas entregou os restos mortais de 13 israelitas, 12 dos quais foram identificados como reféns. Israel afirmou que um dos corpos libertados não pertencia a nenhuma das pessoas raptadas no início da guerra.
A entrega dos restos mortais, juntamente com a entrega de ajuda humanitária a Gaza, e a futura governação do território devastado estão entre os pontos-chave do cessar-fogo, que visa pôr fim a dois anos de guerra.
A guerra de Israel em Gaza matou mais de 68 mil palestinianos, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Embora o Governo palestiniano seja controlado pelo Hamas, os dados são considerados fiáveis pela ONU e por muitos especialistas independentes.
No entanto, Israel contesta-os sem fornecer números próprios.
Militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e raptaram 251 pessoas no ataque que desencadeou a guerra.
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