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Mondlane diz que Elvino Dias é o "primeiro herói" do partido Anamola

O ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane considerou hoje como o "primeiro herói" do novo partido Anamola o advogado Elvino Dias, seu apoiante e assessor jurídico, morto a tiro há precisamente um ano.

Mondlane diz que Elvino Dias é o "primeiro herói" do partido Anamola

© Lusa

Lusa
19/10/2025 14:24 ‧ há 9 horas por Lusa

"Este é um momento especial para nós, exatamente no mês em que fazemos um ano da grande vitória que nós tivemos nas eleições gerais, e toda a gente sabe o que aconteceu a seguir", acusou o político, aludindo aos resultados das eleições gerais de 09 de outubro, que nunca reconheceu, após inaugurar o edifício sede do partido que fundou e lidera desde o seu lançamento, em setembro, no distrito municipal de KaMubukwana, cidade de Maputo.

 

"É também um momento especial porque aproveitamos nesta inauguração para homenagear aquele que nós consideramos o primeiro herói do partido Anamola, que é exatamente o doutor Elvino Dias. Que é neste momento o maior símbolo de resistência, o maior símbolo de luta que o Anamola tem para apresentar ao povo", afirmou Venâncio Mondlane.

Em causa está o homicídio, com dezenas de tiros, de Elvino Dias e Paulo Guambe, dois apoiantes do político Mondlane, na noite de 18 para 19 de outubro de 2024, logo após as eleições gerais, em pleno centro da cidade de Maputo, crime que continua por explicar e que dois dias depois marcou o início da contestação popular ao processo eleitoral, que se prolongou por mais de cinco meses em Moçambique.

Venâncio Mondlane acrescentou que a inauguração da sede da Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamola), legalizado em agosto, ao fim de quatro meses, "marca também o lançamento do projeto de implantação do partido em todo o território nacional".

A polícia moçambicana disse na sexta-feira à Lusa ainda estar a investigar o duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, sem avançar mais informações por questões de segurança.

"Está a ser feito um trabalho com vista ao esclarecimento do processo", disse à Lusa João Adriano, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Maputo.

O porta-voz do Sernic garantiu que "a investigação não está no mesmo estágio", contudo, pela natureza do crime e da sua investigação, disse não ser seguro avançar qualquer dado a respeito: "É um processo extremamente sensível e complexo mas está a ser feito um trabalho com vista ao esclarecimento do que aconteceu".

Elvino Dias, conhecido em Moçambique como "advogado do povo", pelas causas sociais e apoio que prestava sobretudo aos mais desfavorecidos, morreu na noite de 18 de outubro de 2024, numa emboscada, segundo a polícia, que passado praticamente um ano ainda não tinha apresentado explicações ou suspeitos do crime, associado desde então a motivações políticas.

Na altura era assessor jurídico de Venâncio Mondlane e o carro que conduzia, no centro de Maputo, foi intercetado por duas viaturas, de onde saíram homens armados que fizeram dezenas de disparos, atingindo mortalmente, além de Elvino Dias, de 45 anos, também Paulo Guambe, mandatário do Podemos, partido que apoiou aquele candidato nas eleições de há um ano.

O homicídio levou a manifestações de protesto em Maputo dois dias depois, reprimidas pela polícia, seguindo-se a contestação aos resultados eleitorais, que Venâncio Mondlane nunca reconheceu.

O Conselho Constitucional proclamou em 23 de dezembro de 2024, dois meses e meio após a votação, Daniel Chapo como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos nas eleições gerais de 09 de outubro, seguindo-se Venâncio Mondlane, com 24%, mas que nunca reconheceu os resultados.

A plataforma eleitoral Decide, organização da sociedade civil que monitoriza os processos eleitorais avançou em abril que pelo menos 388 pessoas foram mortas e mais de 800 baleadas em cerca de cinco meses de protestos pós-eleitorais, 90% dos quais "foram causados por disparos com recurso a balas reais".

Leia Também: Combate "acérrimo à corrupção" em Moçambique evoca objetivos de Samora

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