"O Egito é o país que mais perdeu com a situação no Mar Vermelho e a grave escalada no Golfo de Áden (Iémen). As perdas do Egito ultrapassaram os nove mil milhões de dólares num ano (7,74 mil milhões de euros), como resultado da redução das receitas do tráfego no canal do Suez", afirmou o ministro na inauguração de um fórum de paz para África em Assuão, no sul do Egito.
O governante detalhou que pela estratégica rota marítima, que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, "passavam diariamente pelo menos 72 porta-contentores (antes da guerra em Gaza), enquanto agora são entre 25 e 30 navios por dia, o que prejudica gravemente a economia egípcia, bem como a economia mundial, devido ao alto custo de garantir a segurança dos navios e à perda de tempo" por optar por rotas alternativas.
Trata-se do maior valor de perdas apresentado pelas autoridades egípcias em relação ao canal de Suez.
O Presidente egípcio havia estimado essas perdas em cerca de seis mil milhões de dólares anuais (5,16 mil milhões de euros).
A insegurança no Mar Vermelho verificou-se desde que os rebeldes houthis do Iémen, localizado no sul do Mar Vermelho, decidiram, em novembro de 2023, atacar navios israelitas ou ligados ao estado hebreu em apoio ao grupo islamista Hamas e contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.
Desde então, os insurgentes iemenitas lançaram centenas de ataques com mísseis balísticos e drones contra o território de Israel, bem como contra navios militares e civis nos mares Vermelho e Árabe, onde vários navios foram atingidos.
O ministro confiou, no entanto, que "a segurança e a estabilidade voltarão ao Mar Vermelho e à zona após o fim da guerra em Gaza", graças ao acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na semana passada.
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