Luis Marcelo Arce Mosqueira, de 33 anos, foi detido na quinta-feira, após o Ministério Público ter emitido um mandado de detenção em meados de setembro, devido a uma acusação por "violência familiar ou doméstica".
Em imagens divulgadas pelos meios de comunicação locais, o acusado é visto a sair da sala de audiências de um tribunal em Santa Cruz, no leste da Bolívia, na sexta-feira, com o rosto coberto por um boné e uma máscara cirúrgica.
O juiz "ordenou-lhe que fizesse terapia durante cinco meses. O Ministério Público opôs-se (...) e recorremos imediatamente", disse à imprensa a procuradora responsável pelo caso, Jessica Echeverria.
A magistrada acrescentou que a vítima compareceu na audiência acompanhada pelo advogado, solicitando a retirada das acusações.
Segundo o Ministério Público, o juiz reclassificou o caso como "conciliação diferida", um procedimento destinado a permitir que ambas as partes cheguem a um acordo amigável.
O Ministério Público tinha requerido a prisão preventiva de Luis Marcelo Arce Mosqueira por 180 dias.
O Presidente Luis Arce não se pronunciou sobre o caso que envolve o filho.
Luis Marcelo Arce Mosqueira, pai de três filhos, é também alvo de uma queixa apresentada por uma ex-funcionária da autoridade mineira que o acusa ter abandonado a família quando ficou grávida, em 2024. O caso está atualmente sob investigação.
Luis Arce decidiu não se recandidatar à presidência, numa altura em que a direita passou a ter maioria no parlamento da Bolívia, após duas décadas de domínio esmagador do Movimento para o Socialismo (MAS - esquerda).
Os bolivianos vão às urnas no domingo para escolher o novo Presidente entre os candidatos Jorge Quiroga, da Aliança Livre, e Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, numa inédita segunda volta no país sul-americano.
Na primeira volta de 17 de agosto, o senador de centro-direita Rodrigo Paz Pereira - filho do antigo Presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993) - obteve 32,06% dos votos, enquanto o conservador e ex-chefe de Estado boliviano Jorge Quiroga (2001-2002) alcançou 26,70%.
Esta é a primeira vez que será realizada uma segunda volta presidencial no país.
Esta eleição decorre em plena crise económica, marcada pela escassez de moeda estrangeira e de combustível.
O Governo de Arce praticamente esgotou as reservas cambiais do país para sustentar a sua política de subsídios aos combustíveis. A Bolívia enfrentou também uma inflação anual de quase 25% em julho, um recorde desde pelo menos 2008.
A Bolívia vai chamar às urnas quase 7,6 milhões cidadãos maiores de idade e outros 369.308 em 22 países para eleger o Governo dos próximos cinco anos.
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