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Bolton declara-se não culpado no caso que o acusa de partilhar informações secretas

O ex-conselheiro de segurança nacional do Presidente Donald Trump, John Bolton, declarou-se hoje inocente relativamente às acusações de que teria enviado informações classificadas a membros da sua família e mantido documentos altamente confidenciais em casa.

Bolton declara-se não culpado no caso que o acusa de partilhar informações secretas

© Reuters

Lusa
17/10/2025 23:54 ‧ há 11 horas por Lusa

Bolton foi autorizado pelo Tribunal a ficar em liberdade após ter comparecido perante um juiz naquele que é o terceiro caso do Departamento de Justiça apresentado nas últimas semanas contra um adversário do presidente republicano.

 

O caso, que acusa Bolton de colocar a segurança nacional do país em risco, desenrola-se num contexto de preocupações crescentes de que a administração Trump está a usar os poderes de aplicação da lei do Departamento de Justiça para perseguir os seus inimigos políticos.

Bolton indicou que irá argumentar que está a ser alvo da justiça pela sua posição crítica relativamente ao presidente dos EUA, descrevendo as acusações como parte de um esforço de Trump para "intimidar os seus opositores".

A investigação sobre Bolton, no entanto, já estava bem avançada quando Trump tomou posse pela segunda vez, em janeiro passado, e parece ter seguido um caminho mais convencional em direção à acusação do que outros casos mais recentes contra supostos inimigos de Trump, que foram acusados pelo procurador dos EUA, escolhido pelo presidente, na Virgínia, contrariando as preocupações de procuradores de carreira.

Bolton é acusado de partilhar com a sua esposa e filha mais de 1.000 páginas de notas que incluíam informações sensíveis que tinha obtido em reuniões com outros responsáveis do governo dos EUA e líderes estrangeiros ou em reuniões de inteligência.

As autoridades dizem que algumas das informações foram expostas quando agentes, acreditados como ligados ao governo iraniano, acederam ilegalmente à conta de e-mail de Bolton, que ele utilizava para enviar as notas, em formato de diário, sobre as suas atividades aos seus familiares.

O Departamento de Justiça também alega que Bolton guardava em sua casa informações altamente classificadas sobre os planos de um adversário estrangeiro para atacar forças dos EUA no exterior, ações secretas levadas a cabo pelo governo dos EUA e outros segredos de Estado.

A Procuradora-Geral Pam Bondi disse numa declaração na quinta-feira: "Qualquer pessoa que abuse de uma posição de poder e coloque em risco a nossa segurança nacional será responsabilizada. Ninguém está acima da lei".

"Bolton, de 76 anos, é uma figura de longa data nos círculos de política externa republicanos, conhecido pelas suas posições agressivas sobre o poder americano, e que serviu por mais de um ano na primeira administração de Trump antes de ser demitido em 2019.

Posteriormente, publicou um livro altamente crítico relativamente a Trump.

A sua acusação é significativamente mais detalhada nas suas alegações do que em casos anteriores contra o antigo Diretor do FBI James Comey e a Procuradora-Geral do Estado de Nova Iorque Letitia James.

Ao contrário desses casos, apresentados por um procurador dos EUA nomeado rapidamente, a acusação contra Bolton foi assinada por procuradores de carreira sobre segurança nacional.

 O caso centra-se em informações de segurança nacional ultrassecretas.

Bolton sugeriu que o caso criminal era um desdobramento de um esforço fracassado do Departamento de Justiça, após a sua saída do governo, para bloquear a publicação do seu livro de 2020, "The Room" "Where It Happened," que retratava Trump como extremamente mal informado sobre política externa.

Os advogados de Bolton disseram que ele avançou com o livro após um responsável do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, com quem Bolton tinha trabalhado durante meses, afirmar que o manuscrito não continha mais informações classificadas.

As autoridades dizem que Bolton tomou notas meticulosas sobre as suas reuniões e briefings como conselheiro de segurança nacional e depois usou uma conta de email pessoal e uma plataforma de mensagens para partilhar informações classificadas até ao nível de ultrassecreto com os membros da sua família.

Após enviar um documento, Bolton escreveu numa mensagem aos seus parentes: "Nada disto se fala!!!" Em resposta, um dos seus familiares escreveu: "Shhhhh," segundo os procuradores.

Leia Também: De aliado a acusado, Bolton é 3.ª 'vítima' de Trump: Porquê? E o futuro?

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