Sanae Takaichi, conhecida pela postura de linha dura em relação à China, visitou inúmeras vezes no passado, principalmente quando era ministra, o santuário xintoísta, considerado um símbolo do passado militarista do país.
Mas hoje, no primeiro dia do festival de outono de Yasukuni, esteve ausente e enviou apenas uma oferenda, por, segundo os meios de comunicação japoneses, temer que uma visita pudesse incomodar os países vizinhos.
As visitas anteriores de altos funcionários japoneses ao santuário irritaram Pequim e Seul. A China e a península coreana foram palco de atrocidades cometidas pelos militares japoneses na primeira metade do século XX.
Nenhum primeiro-ministro japonês em funções visitou o santuário em Tóquio desde 2013, quando a visita de Shinzo Abe provocou fúria entre os países vizinhos e reprimendas dos Estados Unidos.
O santuário presta homenagem aos cerca de 2,5 milhões de soldados japoneses mortos em combate, mas também a oficiais e políticos japoneses condenados por crimes de guerra por um tribunal internacional após a Segunda Guerra Mundial.
Sanae Takaichi, 64 anos, ultranacionalista, foi eleita em 04 de setembro como líder do Partido Liberal Democrático (PLD), substituindo o primeiro-ministro cessante, Shigeru Ishiba, tornando-se na primeira mulher apontada como chefe do Executivo no Japão.
Mas a nomeação de Takaichi foi posta em causa na semana passada, depois do anúncio de um partido minoritário da coligação governamental ter anunciado que iria abandonar a aliança política.
O partido centrista Komeito, parceiro minoritário na coligação governamental do Japão, retirou-se da aliança com o PLD, devido a notícias publicadas sobre alegados fundos secretos do partido.
O Komeito também criticou Sanae Takaichi devido a supostas mudanças de postura da líder ultranacionalista face às visitas a Yasukuni.
Após a saída do Komeito, um aliado tradicional, o PLD está a intensificar encontros com outros partidos para garantir a eleição de Takaichi, numa votação parlamentar, que, segundo os meios de comunicação locais, está prevista para terça-feira.
O PLD tem governado o Japão quase em permanência desde 1955, apesar das frequentes mudanças de liderança.
O pequeno partido Komeito, apoiado pela organização budista japonesa Soka Gakkai, é um parceiro político de longa data do PLD.
Takaichi procura aliados no Parlamento: tanto o PLD como o Komeito perderam a maioria em ambas as câmaras do Parlamento em 2024.
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