O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou esta quinta-feira novos detalhes sobre o encontro com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, especificando que deverá ocorrer "dentro de duas semanas".
Em conferência de imprensa, na Casa Branca, Trump foi questionado se já tinha uma estimativa para a data do encontro com Putin e respondeu que seria "dentro de duas semanas".
O presidente norte-americano anunciou esta tarde que teve uma conversa "muito produtiva" com o seu homólogo russo, na qual concordaram encontrar-se em Budapeste, na Hungria, para "pôr fim à guerra ‘inglória’ entre a Rússia e a Ucrânia".
Antes do encontro entre Trump e Putin, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, "vai reunir-se com o seu colega Sergey Lavrov", ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Trump irá receber o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca na sexta-feira e referiu que irá "contar-lhe a conversa com Putin". No entanto, frisou que terá de ter reuniões separadas com os presidentes da Rússia e da Ucrânia porque "eles os dois não se dão muito bem".
"É um relacionamento terrível que os dois têm", adiantou.
Ainda assim, mostrou-se confiante de que irá conseguir terminar com a guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2024 por uma invasão da Rússia. "Resolvemos oito guerras e faremos desta a nona", afirmou.
Esta noite, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também anunciou que falou com o presidente norte-americano e que "os preparativos para a cimeira de paz entre os EUA e a Rússia estão em curso".
I just got off the phone with President @realDonaldTrump. Preparations for the USA-Russia peace summit are underway.
— Orbán Viktor (@PM_ViktorOrban) October 16, 2025
Hungary is the island of PEACE!
Também Zelensky já reagiu ao encontro entre Trump e Putin, afirmando que a ameaça de fornecimento a Kyiv de mísseis Tomahawk pelos Estados Unidos levou o presidente russo a apressar-se a retomar conversações de paz.
"Putin não é certamente mais corajoso do que o Hamas ou qualquer outro terrorista. A linguagem da força e da justiça funcionará inevitavelmente também contra a Rússia. Já podemos ver que Moscovo está a apressar-se para retomar o diálogo assim que soube dos Tomahawk", afirmou Zelensky na rede social X.
Already in Washington.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 16, 2025
Today, I am having meetings with representatives of defense companies – producers of powerful weapons that can definitely strengthen our protection. In particular, we will discuss additional supplies of air defense systems. I will also meet today with… pic.twitter.com/MRFmPARkq1
Trump tem sugerido fornecer a Kyiv mísseis Tomahawk, de longo alcance e elevada eficácia, por forma a pressionar Moscovo a negociar um fim do conflito.
Os mísseis BGM-109 Tomahawk poderiam alcançar cidades, infraestruturas militares e energéticas ainda mais no interior da Rússia do que os 'drones' ucranianos, que têm atacado com sucesso refinarias, comprometendo a atividade que financia o esforço de guerra russo.
Na semana passada, Vladimir Putin, ameaçou que o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia significaria uma séria escalada com Washington, garantindo que a Rússia responderia reforçando as suas defesas antimíssil.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
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