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China terá deportado 406 pessoas para a Coreia do Norte. ONG pede fim

A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch instou a China a pôr fim às deportações à força de norte-coreanos para o seu país, face ao "grave risco de perseguição e maus-tratos".

China terá deportado 406 pessoas para a Coreia do Norte. ONG pede fim

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Lusa
16/10/2025 04:29 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

China

Num comunicado divulgado hoje, a ONG estimou que a China tenha deportado 406 pessoas para a Coreia do Norte desde o início 2024, apesar das autoridades chinesas terem conhecimento das "condições opressivas" em que vivem os norte-coreanos.

 

Esta informação baseia-se em "Stephen Kim, pseudónimo de uma pessoa com amplos contactos na Coreia do Norte e na China", cuja informação a Human Rights Watch "há muito considera fidedigna", embora aponte a falta de dados oficiais disponíveis.

"As autoridades chinesas estão a devolver centenas de norte-coreanos a um lugar onde sabem que aqueles que regressarem serão severamente perseguidos", disse a chefe de investigação da Human Rights Watch na Coreia do Sul, citada na nota.

Lina Yoon instou Pequim a "permitir imediatamente que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) tenha acesso a todas as pessoas em risco de regresso forçado à Coreia do Norte", bem como a "interromper o repatriamento forçado de norte-coreanos".

A ONG verificou muitos dos casos, como o de 108 norte-coreanos que foram repatriados em janeiro de 2024 da cidade de Helong, no nordeste da China, "após um protesto contra salários não pagos que alegadamente se tornou violento, e foram enviados para prisões políticas quando regressaram à Coreia do Norte".

Houve ainda "212 mulheres norte-coreanas vítimas de tráfico que foram detidas" nas cidades de Kunming (oeste), Nanning (sul) e Pinxiang (leste), bem como "cinco mulheres que viviam em casamentos forçados nas províncias de Jilin e Heilongjiang", ambas no nordeste.

Além disso, de acordo com a Human Rights Watch, as autoridades chinesas deportaram 20 das 22 mulheres detidas na região autónoma da Mongólia Interior, no norte do país, entre dezembro e julho.

As duas que não foram devolvidas "foram traficadas para casamentos forçados na China e estavam grávidas, pelo que foram enviadas para as casas dos homens chineses a quem foram vendidas".

As mulheres que engravidam em condições coercivas por parte de homens chineses sofrem um tratamento particularmente severo quando regressam à Coreia do Norte, afirmou a ONG, citando três antigos funcionários do Governo norte-coreano.

A China rotula os norte-coreanos indocumentados como "migrantes económicos" ilegais e devolve-os à força com base num protocolo fronteiriço de 1986, observou a Human Rights Watch, lamentando que a "crescente repressão sob o Presidente chinês Xi Jinping" tenha aumentado o repatriamento forçado.

A ONG denunciou que o regresso forçado de norte-coreanos "expõe-nos a um elevado risco de tortura, prisão injusta, violência sexual, trabalho forçado e possível execução, em violação do direito internacional dos direitos humanos".

Leia Também: Espanhola retida após 'atacar' israelita chega a acordo para deportação

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