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Entrega de mísseis Tomahawk a Kyiv tornaria conflito "a guerra de Trump"

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou que o fornecimento à Ucrânia de mísseis norte-americanos Tomahawk tornaria o conflito russo-ucraniano a "guerra de Trump".

Entrega de mísseis Tomahawk a Kyiv tornaria conflito "a guerra de Trump"

© MOHD RASFAN/AFP via Getty Images

Lusa
15/10/2025 22:23 ‧ há 5 horas por Lusa

"Além de transformar a 'guerra de Joe Biden' (ex-presidente norte-americano) na 'guerra de Donald Trump', isto levará a uma escalada muito séria de tensões entre a Rússia e os Estados Unidos. Não tenho dúvidas de que eles compreendem isso", disse Lavrov em entrevista ao jornal Kommersant.

 

O Presidente norte-americano, que costuma referir-se à invasão russa da Ucrânia como "a guerra de Joe Biden", tem sugerido abertura a fornecer a Kyiv mísseis Tomahawk, de longo alcance e elevada eficácia, por forma a pressionar Moscovo a negociar um fim do conflito.

"Ninguém que esteja ciente (da operação de Tomahawk) nega que apenas as forças armadas do país que os fabrica são capazes de lidar com estes sistemas", argumentou o ministro russo. 

Os mísseis BGM-109 Tomahawk poderiam alcançar cidades, infraestruturas militares e energéticas ainda mais no interior da Rússia do que os 'drones' ucranianos, que têm atacado com sucesso refinarias, comprometendo a atividade que financia o esforço de guerra russo.

Lavrov disse não ter feito qualquer contacto com Washington sobre os Tomahawk, presumindo que na Casa Branca "haja pessoas muito inteligentes e experientes, que compreendem tudo perfeitamente por si próprias" que este seria "um passo muito perigoso".

O fornecimento destes mísseis "levaria a situação (da guerra na Ucrânia) a um nível completamente diferente", frisou. 

O secretário da Defesa norte-americano, Peter Hegseth, anunciou hoje que haverá mais armamento dos Estados Unidos na NATO para conseguir "paz através da força" e disse esperar uma resolução pacífica em breve para o conflito na Ucrânia.

À entrada para uma reunião ministerial no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, Hegseth revelou que está para breve a compra de armamento norte-americano pelos países europeus da NATO, para depois serem utilizadas pela Ucrânia na sua defesa contra o invasor russo e "alcançar a paz".  

Os governantes dos 32 Estados-membros da NATO discutem hoje no quartel-general da organização político-militar o apoio à Ucrânia com a aproximação do inverno, em altura de intensificação dos bombardeamentos russos a infraestruturas energéticas ucranianas e 'congelamento' das linhas da frente, por causa da deterioração das condições no terreno.

À entrada para a reunião ministerial, Hegseth não falou sobre a possibilidade de a Ucrânia receber os mísseis Tomahawk, diretamente dos EUA ou através das aquisições feitas pelos Estados-membros europeus.

Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou que o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia significaria uma séria escalada com Washington, garantindo que a Rússia responderia reforçando as suas defesas antimíssil. 

Na entrevista, Lavrov referiu ainda a recente proposta do Presidente russo de prolongar por um ano, o acordo START III (Novo START), o último acordo de controlo de armas entre a Rússia e os EUA, referindo que o Kremlin continua em suspenso.

Moscovo está em contacto com representantes do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional norte-americanos, que "consideram positivamente a proposta de Putin", mas manifestam receio em relação ao aproveitamento pela China, que tem vindo a expandir o seu arsenal nuclear, adiantou.  

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.  

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).  

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.  

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais. 

Leia Também: Rússia condena ataque dos EUA a barco em águas das Caraíbas

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