Quarenta anos depois, o homicídio de uma jovem de 16 anos de Long Island, nos Estados Unidos chega, por fim, a uma conclusão: o homicida, Richard Bilodeau, hoje com 63 anos, foi condenado esta quarta-feira.
“Eu nunca perdi a esperança”, garantiu o pai da vítima, Thomas Fusco, à saída do tribunal. “Para mim saber que há um culpado no caso da minha filha, traz-me paz a mim e à minha família. Estou muito grato.”
O caso remonta a 10 de novembro 1984, quando Theresa Fusco desapareceu, vista pela última vez a sair do seu local de trabalho num ringue de patinagem em lágrimas: tinha sido despedida.
Foi encontrada nua próxima do local quase um mês depois, a 5 de dezembro, “escondida por um monte de folhas numa zona de arvoredo, a poucos quarteirões” do ringue, contou a procuradora distrital do Condado de Nassau, Anne Donnelly, citada pelo The New York Post.
As autoridades dizem que a adolescente foi violada, espancada e sufocada antes de morrer.
A investigação ao caso levou a que três homens, residentes locais, fossem detidos e, eventualmente, condenados pelo homicídio, dois anos após os factos ocorridos, em 1986. E só 18 anos mais tarde é que a Justiça norte-americana reconheceu e emendou o erro.
Em 2003, o grupo foi ilibado da condenação com um teste de ADN que acabou por provar que nenhum dos três seria o culpado do crime. Mais tarde, processaram o Estado pela condenação falsa, conseguindo 43 milhões de euros como indemnização.
E quase duas décadas depois, a polícia regressou à estaca zero, de novo, à procura de um suspeito.
Foi nessa altura que as atenções das autoridades se viraram para Bilodeau, considerando-o um suspeito no caso, e, por isso, seguindo-o.
Em fevereiro deste ano, tiveram uma oportunidade: Bilodeau comprou uma bebida, num bar perto da sua casa, bebeu e atirou-a depois para o lixo, de onde os polícias a recuperaram.
“O ADN na palhinha, o ADN de Richard Bilodeau, coincidiu com o da amostra que foi retirada do corpo da Theresa”, disse Donnelly.
“Ele tinha 24 anos, na altura. Segundo o próprio, trabalhava numa carrinha de café móvel no condado de Nassau e vivia com os avós” a cerca de uma milha (cerca de 1,6 quilómetros) do ringue onde a jovem trabalhava.
“Quando questionado, o arguido rejeitou conhecê-la”, relatou o procurador-adjunto do condado de Nassau, Jared Rosenblatt, em tribunal. “Negou reconhecer fotografias dela. Quando lhe foi dito quando o crime ocorreu, [ele disse]: ‘Sim, naquela época as pessoas escapavam impunes de homicídios.”
E o condenado conseguiu, de facto, sair impune do crime durante quatro décadas, mas, desta vez, diz Donnelly, não há dúvidas.
“A ciência e as provas de ADN não mentem”, afirmou. “É 2025. Quando há uma correspondência de ADN, de 100%, é esse o culpado”, garantiu.
A sentença do condenado vai ser conhecida no dia 21 de novembro. Até lá, fica detido sem direito a fiança.
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