Uma das enfermeiras do conhecido piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher terá sido violada na casa do próprio em Gland, na Suíça. O acusado é um homem na casa dos 30 anos, que trabalha na mesma área, e seria amigo próximo do filho do piloto.
A informação está a ser avançada pelo jornal suíço 24heures, que diz que os factos ocorreram em 2019, mas só foram relatados às autoridades dois anos depois, em 2021, e, agora tornados públicos.
Conta o meio de comunicação, que no dia do alegado crime, a 23 de novembro, o homem estaria hospedado na casa principal da propriedade.
O arguido, de nacionalidade australiana, tentou, em tempos, chegar às pistas da Fórmula 1, mas sem sucesso. Continuou, no entanto, a pilotar, mas neste momento encontrar-se-á suspenso por ‘doping’.
Contudo, pelo menos durante esta altura, visitava regularmente a casa dos Schumacher, para evitar estar constantemente a viajar entre a Austrália e a Europa, durante a época de competições europeias. Terá sido numa dessas situações que os factos ocorreram.
Vítima e agressor ter-se-ão cruzado já ao final do dia, que para a enfermeira de trinta anos terá sido intenso, na sala de bilhar da casa.
Segundo a acusação, a jovem juntou-se a outras duas colegas e ao arguido para um jogo de ‘snooker’ que acabou por se alongar noite dentro com muita bebida à mistura. Aliás, o momento de descompressão terá sido demasiado para a enfermeira, que terá acabado por se sentir mal.
Diz o 24heures que a mulher deixou de conseguir ficar de pé, e deitou-se no chão, altura em que as suas colegas decidiram que era melhor levá-la para uma sala reservada aos funcionários que estariam a cumprir o turno da noite, para ela descansar.
Terá sido o arguido, auxiliado por outra pessoa, que levou a suposta vítima para a sala, decidindo deitá-la na cama “sem a despir”, detalha a acusação. A mulher terá adormecido.
Pouco depois, o alegado agressor, que estaria a ficar num quarto adjacente, terá regressado à sala onde a mulher estava a dormir e abusado dela duas vezes, aproveitando-se do estado de inconsciência da mesma.
As colegas dizem não ter visto ou ouvido nada.
No dia seguinte, a mulher acordou de ressaca, sem memória do que terá acontecido, mas levantaram-se suspeitas na sua mente devido a algumas evidências físicas e materiais.
Decide, por isso, enviar uma mensagem ao arguido, que terá admitido indiretamente os factos. Perante isto, a mulher diz-lhe para ele nunca mais a contactar ou se aproximar dela e tenta esquecer o assunto, sem contar a ninguém. Inicialmente, terá ponderado alertar a família Schumacher, mas decidiu manter a situação em segredo, com medo de perder o emprego.
O caso adensa: o alegado agressor defende que ele e a enfermeira já se tinham encontrado antes numa discoteca, em Genebra, e que ambos se tinham beijado. A mulher nega, dizendo que apenas o conhecia como um amigo da família Schumacher e nada mais.
Só em janeiro de 2022, dois anos depois do alegado crime, é que a enfermeira apresenta queixa-crime nas autoridades.
A demora não é incomum neste tipo de crimes, especialmente quando o agressor é uma pessoa com algum ‘poder’ sobre a vítima. Mas, neste caso, foi também suscitado pela sua demissão dos cuidados ao piloto de F1.
Quanto a esta situação, a vítima faz questão de salientar que tem um histórico de serviço irrepreensível e que, curiosamente, o acusado tinha visitado Gland pouco antes de a enfermeira ser demitida.
A mulher fazia parte da equipa médica que cuida de Schumacher na sua casa, após o mesmo ter sofrido um acidente de esqui, nos Alpes Franceses, em 2013, onde sofreu um ferimento grave na cabeça.
O julgamento estava marcado para esta quarta-feira de manhã. Contudo, havia receios de que não pudesse acontecer dado que o arguido está desaparecido há vários meses.
Realçar que a nem Schumacher nem qualquer membro da sua família está a ser visado nesta investigação. Aliás, segundo a acusação, nenhum deles estaria presente na casa na altura do alegado crime.
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