"O Ministério da Saúde anuncia a receção de 45 corpos de mártires devolvidos hoje pela ocupação israelita e pela Cruz Vermelha", disse o ministério num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A entrega de hoje eleva "para 90 o número total de corpos recebidos", depois dos 45 que foram devolvidos na terça-feira, acrescentou.
Os corpos chegaram ao hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, segundo a unidade hospitalar.
A devolução ocorreu em troca da entrega, por parte do Hamas, de três novos corpos de reféns israelitas, cuja identidade foi confirmada pelas autoridades israelitas hoje de manhã.
O grupo fundamentalista palestiniano devolveu também os restos mortais de outra pessoa, mas os exames feitos em Israel permitiram concluir que não se tratava de um refém.
O Hamas tem sido criticado pela lentidão da entrega dos 28 corpos de reféns prevista no acordo de cessar-fogo com Israel que entrou em vigor em 10 de outubro.
O grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007 entregou na segunda-feira os 20 reféns que restavam vivos, dos 251 que raptou durante o ataque em Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra atual.
Em troca, Israel libertou cerca de 2.000 palestinianos presos ou detidos em cadeias israelitas.
O acordo de cessar-fogo faz parte de um plano de paz proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê também o desarmamento do Hamas e a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.
As fases seguintes do plano, incluindo o governo do território por uma administração transitória internacional, terão ainda de ser negociadas pelas partes.
Israel respondeu ao ataque do Hamas, que causou também cerca de 1.200 mortos, além dos reféns, com uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que matou mais de 67.900 palestinianos.
As autoridades de Gaza admitem que o número de mortos poderá ser mais elevado por haver vítimas sob os escombros e por terem sido encontrados corpos em zonas das quais as tropas israelitas se retiraram nos últimos dias.
Israel foi acusado de genocídio em Gaza e de usar da fome como arma de guerra, o que negou.
O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unidos e outros países.
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