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Espanha reitera que é membro fiável da NATO e desvaloriza ameaça de Trump

O Governo espanhol reiterou hoje o compromisso com a NATO e desvalorizou que o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, tenha de novo ameaçado Espanha com mais taxas comerciais por causa das despesas militares.

Espanha reitera que é membro fiável da NATO e desvaloriza ameaça de Trump

© Getty/ Juanma Serrano

Lusa
15/10/2025 12:51 ‧ há 22 horas por Lusa

Mundo

NATO

Vários ministros e dirigentes do Partido Socialista (PSOE, à frente do Governo) lembraram ainda que os acordos comerciais com os EUA são feitos com o conjunto da União Europeia (UE) e não bilaterais, como já tinham destacado em junho, após a última cimeira da NATO (ou Aliança Atlântica), quando Trump pela primeira vez ameaçou agravar as taxas a Espanha.

 

"Penso que Espanha e a Europa tiveram um grande acordo com os Estados Unidos e espero que se mantenha a estabilidade neste sentido, porque precisamos de estabilidade", disse hoje o ministro da Indústria, Jordi Hereu, em declarações a jornalistas em Madrid.

O ministro disse que, "de qualquer forma, Espanha está há meses preparada e tem um plano para defender e reforçar a indústria nacional".

Já o ministro com a pasta dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, disse que Espanha é um "parceiro fiável" da NATO e que "não há qualquer dúvida" em relação ao compromisso do país com a organização, lembrando, entre outras coisas, os milhares de militares espanhóis atualmente em contingentes da Aliança Atlântica.

Fontes do Governo espanhol retiraram importância às últimas ameaças de Trump, feitas na terça-feira, que se juntaram à sugestão da semana passada do Presidente norte-americano de que Espanha deveria ser expulsa da NATO.

As fontes do executivo espanhol destacaram que nos encontros recentes entre Trump e o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, houve cordialidade e respeito, como aconteceu na segunda-feira no Egito, na cimeira da paz para o Médio Oriente.

Trump "disse simplesmente o que já sabemos, que ele gostaria que fosse assim", que Espanha se comprometesse com mais gastos com a defesa, disse a presidência do Governo espanhol.

Publicamente, as declarações hoje mais críticas a Trump foram de uma das vices de Sánchez no Governo, Yolanda Díaz, que é também dirigente do partido Somar (esquerda, que integra a coligação no executivo).

Yolanda Díaz sublinhou que com maiores taxas comerciais quem mais perderia seriam os norte-americanos, atendendo à balança comercial entre os dois países, já que Espanha importa significativamente mais dos EUA do que aquilo que exporta.

Em Espanha "mandam os espanhóis e as espanholas, não o senhor Trump", acrescentou a também ministra do Trabalho.

Trump tem feito reiteradas declarações críticas e ameaças a Espanha na sequência da última cimeira da NATO, em junho nos Países Baixos, em que os aliados assumiram um novo compromisso de elevar gradualmente, até 2035, o investimento anual em Defesa e despesas relacionadas para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Apesar de ter assinado a declaração final da cimeira, Espanha disse e informou por escrito o secretário-geral da organização, Mark Rutte, que não dedicará 5% do PIB à defesa, como estabelece o documento, e que limitará esses gastos a 2,1%.

O Governo de Espanha disse que 2,1% é o suficiente para garantir as capacidades com que se comprometeu com a organização e que dedicar mais verbas à defesa prejudicaria orçamentos para as políticas sociais.

O primeiro-ministro de Espanha disse na terça-feira que teve um encontro "muito cordial" com o Presidente dos EUA no Egito e afirmou que as relações entre os dois países são muito positivas, apesar das divergências nos gastos com a defesa.

Sánchez acrescentou que os EUA reconhecem o bom desempenho da economia espanhola e que os dois países têm relações "muito positivas, muito profundas e muito consolidadas", mesmo havendo diferenças em relação a alguns assuntos.

O líder do Governo espanhol afirmou que sempre deixou claro aos EUA e aos membros da NATO que Espanha respeitará os compromissos que tem no seio da Aliança Atlântica e da Europa em matéria de defesa limitando as despesas militares a 2,1% do PIB.

Na segunda-feira, Donald Trump brincou com as divergências com Espanha sobre os gastos com a defesa, durante o seu discurso no final da cimeira no Egito.

"Estão a trabalhar para o convencer sobre o PIB [referindo-se aos 5% de despesas de defesa]? Vamos aproximar-nos, estão a fazer um trabalho fantástico", frisou Trump, perguntando onde estava a delegação espanhola.

Um dia mais tarde, na Casa Branca, Trump voltou a ameaçar e a criticar Espanha: "Pensei até dar-lhes um castigo comercial, através de tarifas, pelo que eles fizeram. Posso vir a fazer isso. Penso que foi incrivelmente desrespeitosa a Espanha, o único dos países da NATO, o único que disse isso. Acho que devem ser castigados por isso", afirmou.

Leia Também: EUA anunciam mais armamento na NATO para chegar à "paz através da força"

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