O presidente cessante da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, apresentou, esta quarta-feira, um parecer sobre a preparação europeia no que diz respeito à defesa, tendo salientado que é necessário haver um "investimento ambicioso", para que o "projeto europeu [possa] continuar". O documento foi aprovado por unanimidade, com apenas uma abstenção.
"Para o projeto europeu continuar, temos de nos defender. A única forma de o fazer é termos uma defesa forte, e isto significa investimento ambicioso, tal como é o atual. Isto é crucial para a indústria da defesa", introduziu o relator do parecer do Comité Europeu das Regiões sobre ‘Preparação Europeia em matéria de Defesa 2030’, no âmbito da 168.ª sessão plenária desta instituição, em Bruxelas.
O atual autarca de Braga argumentou que "há muito dinheiro canalizado para a segurança e defesa" na proposta do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e ressalvou que, apesar de estar a favor dessa medida, é também necessário "garantir [que] o dinheiro é canalizado para as regiões".
"A possibilidade de transferir fundos da política de coesão, mesmo que voluntariamente, para aumentar a capacidade de produção de munições no âmbito do Ato de Apoio à Produção de Munições (ASAP) deve ser rejeitada, uma vez que poderia conduzir a uma situação de desequilíbrio dramático na disponibilidade de recursos no âmbito da política de coesão, deixando as autoridades de gestão e os beneficiários sem os fundos necessários para cumprir os seus compromissos e objetivos a longo prazo", lê-se no parecer.
Na sua última sessão plenária, Ricardo Rio apontou que, no que toca as encomendas, 70% teriam de ter origem europeia, sendo também necessária a participação de pelo menos dois Estados-membros. Isto porque, defendeu, "temos de pensar em comprar europeu, e não só nacional".
O responsável concluiu que o objetivo do documento passa por tentar "recuperar o tempo pedido", por forma a "colocar a Europa num patamar que negligenciou". Visa, além disso, assegurar que a "capacitação da defesa europeia não tenha apenas um lado militar", com a integração de pequenas e médias empresas.
Ricardo Rio sublinhou ainda que "deve ser dada especial atenção às regiões fronteiriças externas", ao mesmo tempo que apelou "a que as regiões fronteiriças em risco de agressão recebam apoio específico para aumentar a sua preparação e adaptar as suas infraestruturas e políticas socioeconómicas".
Leia Também: "Inesperado". Vasco Cordeiro agraciado com Ordem de Mérito da Ucrânia
