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População enfrenta riscos enormes de munições não detonadas em Gaza

Os riscos das munições não detonadas em Gaza são enormes para os deslocados que regressam a casa durante a trégua entre Israel e o Hamas, alertou hoje uma organização não-governamental (ONG), que defende a entrada de equipamento de desminagem.

População enfrenta riscos enormes de munições não detonadas em Gaza

© Hassan Jedi/Anadolu via Getty Images

Lusa
14/10/2025 21:04 ‧ há 4 horas por Lusa

"Os riscos são enormes, estima-se que cerca de 70 mil toneladas de explosivos tenham caído em Gaza" desde o início da guerra em outubro de 2023, alertou Anne-Claire Yaeesh, diretora para os territórios palestinianos da Handicap International, ONG especializada em desminagem e assistência a vítimas de minas antipessoal.

 

"As camadas de escombros e os níveis de acumulação são muito significativos", destacou ainda, apontando para "riscos cada vez maiores" num terreno "extremamente complexo" devido ao espaço "restrito" em áreas urbanas muito densas.

Em janeiro, o Serviço de Ação da ONU contra as Minas (UNMAS) estimou que "5 a 10%" das munições disparadas contra Gaza não explodiram.

Desde então, os combates têm continuado, e o Exército israelita lançou uma grande operação contra a Cidade de Gaza em meados de setembro.

Um cessar-fogo, o terceiro da guerra, entrou em vigor na sexta-feira.

Contactado pela agência France-Presse (AFP), o UNMAS indicou hoje que, devido às restrições impostas nos últimos dois anos, "não foi possível realizar operações de reconhecimento em larga escala em Gaza" e, por isso, o serviço carece de uma "visão geral abrangente da ameaça das munições explosivas na Faixa de Gaza".

O UNMAS, no entanto, realçou que, desde que o cessar-fogo entrou em vigor a 10 de outubro, os pedidos de perícia técnica "aumentaram significativamente" e que o serviço foi chamado para "uma vasta gama de missões humanitárias, incluindo em áreas anteriormente inacessíveis".

Nos próximos dias, "grande parte dos esforços vão concentrar-se na proteção das operações de gestão de detritos" e na limpeza, especialmente nas rotas utilizadas pelos milhares de deslocados que regressam a casa.

Embora o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) tenha indicado na segunda-feira que os trabalhadores humanitários "conseguiram avaliar os riscos associados aos explosivos nas estradas principais", a UNMAS afirma ter "apenas um número limitado de veículos blindados no terreno".

"O que significa que só podemos realizar um determinado número de avaliações de risco de explosivos por dia", indicou.

A UNMAS explicou também que "ainda não obteve autorização das autoridades israelitas para trazer o equipamento necessário para a destruição" de munições não detonadas.

A agência da ONU referiu ainda que "três veículos blindados encontram-se na fronteira à espera de entrada em Gaza, o que permitirá operações mais seguras e de maior escala".

O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 sequestradas.

A retaliação de Israel fez pelo menos 67.913 mortos e de 170.134 feridos, na maioria civis, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Leia Também: Partido de Erdogan confirma rejeição de presença de Netanyahu no Egito

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