A delegação "incluirá o Presidente Ahmad al-Sharaa, o ministro dos Negócios Estrangeiros e oficiais militares e económicos", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o funcionário governamental sírio, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar com meios de comunicação social.
Esta será a primeira visita de Al-Sharaa à Rússia desde a queda, em dezembro passado, do regime do antigo líder sírio e aliado de Moscovo, Bashar al-Assad, que se encontra exilado na capital russa.
De acordo com a fonte citada pela AFP, o Presidente interino deverá encontrar-se com Putin e as duas partes discutirão "questões económicas relacionadas com investimentos, o estatuto das bases russas na Síria e a questão do reequipamento do novo exército sírio".
A base naval de Tartous e a base aérea de Hmeimim, ambas localizadas na costa mediterrânica, são os únicos postos militares oficiais da Rússia fora dos países que pertenciam à antiga União Soviética.
Moscovo utilizou amplamente estas instalações durante a sua intervenção em 2015 na guerra civil síria em apoio de Bashar al-Assad, realizando violentos bombardeamentos aéreos em zonas controladas pelos rebeldes.
Os novos dirigentes sírios procuram estabelecer relações pacíficas com a Rússia, apesar da aliança de Moscovo com Bashar al-Assad.
Em julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad Hassan Al-Shaibani, foi o primeiro alto funcionário do novo Governo de Damasco a visitar a Rússia.
Na ocasião, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, apoiou a recente decisão dos europeus e norte-americanos em levantar gradualmente algumas sanções contra Damasco.
A Síria, governada pela família Assad durante mais de 50 anos, está sujeita a sanções internacionais desde 1979. Estas sanções foram reforçadas depois de o regime de Bashar al-Assad ter reprimido os protestos pró-democracia em 2011, que desencadearam a guerra.
Em janeiro, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, chefiou a primeira delegação russa a visitar a Síria desde a queda de Bashar al-Assad.
Desde o Governo de Hafez al-Assad (pai de Bashar al-Assad) que a Rússia tinha o regime sírio como um aliado, e durante a revolta no país que resultou numa guerra civil, Moscovo apoiou a nível militar e envolveu-se diretamente no conflito.
O novo Governo interino sírio tem procurado dialogar com a comunidade internacional e tem tentado unir o país muito fragmentado e que regista ainda episódios de violência sectária um pouco por todo o território.
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