"Se eles não se desarmarem, nós desarmamo-los", avisou o líder norte-americano em declarações aos jornalistas na Casa Branca, sem fornecer mais detalhes nem prazos, referindo-se apenas a um período "razoável".
Trump afirmou ainda que o Hamas "ao mais alto nível" transmitiu aos seus representantes que cumprirá o seu compromisso de desarmamento, mas deixou a ameaça de o fazer pela força em caso de incumprimento.
"Como faremos isso? Não preciso de explicar", prosseguiu o líder dos Estados Unidos, quando falava à imprensa na presença do homólogo argentino, Javier Milei, acrescentando: "Eles [Hamas] sabem que não estou a brincar".
Anteriormente, Donald Trump tinha instado o Hamas, através da rede Truth Social, a devolver os corpos dos reféns mortos mantidos na Faixa de Gaza, uma medida que considera necessária para avançar para a próxima fase do seu plano para o território palestiniano, e advertindo que "o trabalho não acabou".
Sob pressão de Israel e dos países mediadores para a Faixa de Gaza, Hamas indicou entretanto que vai entregar entre quatro e seis corpos de reféns na noite de hoje, segundo fontes do grupo palestiniano à agência France-Presse (AFP), enquanto o Exército israelita anunciava que a Cruz Vermelha já se encaminhava para um ponto de recolha no norte do enclave.
Donald Trump foi o principal impulsionador do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que foi negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, qataris e turcas.
Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
Na segunda-feira, o Hamas entregou 20 reféns vivos, mas apenas os corpos de quatro dos 28 que se presumem mortos, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos, gerando acusações de "violação dos compromissos" por parte de Israel.
Como resultado do cessar-fogo, o grupo islamita alargou a sua presença hoje às zonas das quais o Exército israelita se retirou, sem esperar pela continuação das negociações sobre o plano de 20 pontos do Presidente norte-americano.
A fase seguinte do plano norte-americano inclui o estabelecimento de um sistema de governação no território, do qual o Hamas seria excluído, bem como o desarmamento da sua ala militar.
No sábado, um alto dirigente do grupo palestiniano afastou à AFP o desarmamento dos seus combatentes, frisando que essa possibilidade estava "fora de questão".
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
[Notícia atualizada às 21h22]
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