Adiantando que, hoje de manhã, "houve uma reunião operacional no Ministério dos Negócios Estrangeiros" para começar a avaliar a situação "em relação à ajuda que pode ser enviada" para Gaza, no quadro do cessar-fogo já em vigor, Tajani apontou que a reunião foi "presidida pelo embaixador Archi, que gostaria de nomear como enviado especial do ministério para Gaza".
Falando à margem de uma conferência do partido que lidera, o Força Itália (força de centro-direita fundado pelo falecido Sílvio Berlusconi), Tajani acrescentou que Roma já recolheu "centenas de toneladas de alimentos" e vai "acelerar a distribuição dos mesmos".
"Alguns já começaram a chegar, mas não é tudo fácil, temos de trabalhar dia após dia. Estamos na fase inicial", completou.
Diplomata e político italiano com uma longa carreira nas instituições e na política externa, Bruno Archi é o representante permanente da Itália junto da FAO desde setembro de 2022.
A sua experiência diplomática começou no início dos anos 1990, tendo em 2013 assumido o cargo de vice-ministro e subsecretário de Estado dos Negócios Estrangeiros.
Entre setembro de 2018 a abril de 2021, foi enviado especial do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional para o Sahel, em África.
A ONU e organizações parceiras retomaram o transporte de ajuda para Gaza na sequência da entrada em vigor, na sexta-feira, do cessar-fogo na guerra de dois anos entre o Hamas e Israel.
A guerra, que causou mais de 67 mil mortos em Gaza, foi desencadeada pelo ataque do grupo palestiniano extremista Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A ajuda humanitária entrou de forma muito limitada em Gaza após um bloqueio imposto por Israel no início de março de 2025, que foi parcialmente atenuado a partir do final de maio.
Peritos parceiros da ONU confirmaram em agosto que uma situação de fome se estava a instalar em parte do território, na primeira declaração do género no Médio Oriente, que Israel contestou.
Israel também foi acusado de genocídio e de usar a fome como arma de guerra em Gaza, o que nega.
O plano da ONU para os primeiros 60 dias do cessar-fogo prevê o alargamento da escala e do alcance das operações "para fornecer ajuda e serviços essenciais a praticamente toda a população de Gaza".
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