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Polícia utiliza gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes em Bruxelas

A polícia belga usou hoje gás lacrimogéneo e um canhão de água numa tentativa de dispersar milhares de manifestantes concentrados nas ruas de Bruxelas contra as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.

Polícia utiliza gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes em Bruxelas

© Lusa

Lusa
14/10/2025 18:09 ‧ há 4 horas por Lusa

Manifestantes e polícia envolveram-se em confrontos, com os primeiros a lançarem foguetes e bombas de fumo, enquanto tocavam tambores e entoavam cânticos contra os cortes orçamentais anunciados pelo primeiro-ministro belga, Bart De Wever.

 

O protesto, convocado por um grupo intersindical, paralisou o trânsito no centro da capital belga, bloqueando as principais estradas.

As greves levaram ao cancelamento da maioria dos voos no aeroporto de Bruxelas e condicionaram grande parte dos transportes públicos da cidade.

Os organizadores estimaram que mais de 150.000 pessoas se juntaram à manifestação, enquanto a polícia estimou a multidão em 80.000.

Agentes sem uniforme, mas identificados por braçadeiras vermelhas, detiveram manifestantes, avançou a agência de notícias Associated Press.

A ministra da Migração belga, Anneleen Van Bossuyt, escreveu na rede social X que tinha filmado os manifestantes a vandalizar o edifício do gabinete de imigração no centro da cidade.

Tanto o protesto, como as greves a nível nacional foram organizados pelos três principais sindicatos belgas contra os cortes nos sistemas de pensões, subsídios de desemprego e cuidados de saúde propostos pelo primeiro-ministro.

De Wever prometeu cortar nas despesas para tentar ultrapassar os problemas económicos da Bélgica, que incluem uma dívida nacional que totaliza pouco mais de 100% do produto interno bruto (PIB), o que coloca o país entre os piores da UE.

"Todas as medidas de austeridade, seja em termos de pensões, reduções de abonos de família, tudo isso, já nada está a funcionar", disse Frédéric Kulcsar, um trabalhador do setor da saúde da cidade de Charleroi, no sul da Bélgica.

Estas políticas, de acordo com o secretário-geral adjunto da Confederação Sindical Internacional, Eric Manzi, levaram as pessoas "a lutar por uma maior segurança no emprego e uma maior segurança para os jovens". 

 "O Governo belga, como na maioria dos países hoje em dia, está a implementar políticas que não garantem realmente o emprego futuro, onde o trabalho está a tornar-se cada vez mais precário e onde a reforma não está realmente garantida", continuou o secretário-geral adjunto da organização transnacional de direitos laborais.

De Wever, um nacionalista flamengo, assumiu o cargo em fevereiro com a formação do chamado "Governo Arizona", assim chamado devido às cores da bandeira do estado norte-americano que se assemelham às dos partidos da coligação no poder na Bélgica.

 Os manifestantes atiraram sacos de areia e lixo para cima de recortes de cartão de De Wever, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Maxime Prévot, e do ministro das Finanças, Jan Jambon, segurando cartazes de crítica generalizada à recusa do Governo em aumentar os impostos sobre os ricos e onde se lia em francês: "Imposição de turnos noturnos sem bónus", "Mais trabalho por menos pensão" e "Menos contribuição dos que ganham mais".

Outros cartazes mostravam uma linha vermelha a atravessar o número 67, significando a desaprovação dos planos do Governo para aumentar a idade da reforma em dois anos até 2030.

O governo federal prepara grandes cortes na proposta de orçamento de 2026, cuja apresentação, inicialmente prevista para hoje, foi adiada uma semana.

Leia Também: Migrações: Bruxelas pede adiamento para nomear países sob pressão

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