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Hamas ressurge nas ruas de Gaza devido a cessar-fogo com Israel

O movimento islamita palestiniano Hamas ressurgiu hoje em zonas da Faixa de Gaza das quais o Exército israelita retirou, sem esperar pela continuação das negociações de paz, cujo plano prevê excluí-lo da governação do território.

Hamas ressurge nas ruas de Gaza devido a cessar-fogo com Israel

© REUTERS/Dawoud Abu Alkas

Lusa
14/10/2025 16:35 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Hamas

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo na sexta-feira, após dois anos de guerra com Israel desencadeada pelo ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 em território israelita, membros das forças de segurança do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) foram destacados para várias cidades da Faixa de Gaza, nos mercados e nas estradas.

 

Após vários dias de confrontos, testemunhas citadas pela agência de notícias francesa AFP relataram hoje "intensos combates" no bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza (leste), opondo uma unidade afiliada ao Hamas a clãs e gangues armados, alguns dos quais alegadamente apoiados por Israel.

"Esta manhã, durante várias horas, ocorreram confrontos violentos entre as forças de segurança do Hamas e membros da família Hilles", descreveu Mohammed, residente local, que não quis revelar o apelido por razões de segurança. Durante a tomada da Faixa de Gaza, em 2007, o Hamas envolveu-se em conflitos armados com muitas famílias proeminentes.

Esta testemunha descreveu "intensos tiroteios e explosões" no dia seguinte à libertação pelo Hamas dos últimos 20 reféns vivos, em troca de 1.968 prisioneiros palestinianos libertados por Israel.

A "Força de Dissuasão", um organismo recentemente criado no âmbito do aparelho de segurança do Hamas, está a "realizar uma operação" para "neutralizar indivíduos procurados", declarou uma fonte da segurança palestiniana em Gaza.

Estas "operações no terreno" visam "garantir a segurança e a estabilidade em diversas zonas da Faixa de Gaza", explicou.

"A nossa mensagem é clara: não haverá lugar para os fora-da-lei ou para aqueles que ameaçam a segurança dos cidadãos", sublinhou a mesma fonte.

Entretanto, o Hamas acusou Israel de violar a trégua ao abrir hoje fogo; o Exército afirmou ter disparado apenas quando "suspeitos" se aproximaram da linha de retirada.

Paralelamente à retirada gradual já em curso do Exército israelita, que se mantém mobilizado em 53% do território do enclave palestiniano, o plano de paz do Presidente norte-americano, Donald Trump, prevê a exclusão do Hamas da futura governação da Faixa de Gaza e a destruição do seu arsenal.

O sexto ponto do plano estipula que, "assim que todos os reféns regressarem, os membros do Hamas que se comprometerem a respeitar uma coexistência pacífica e entregarem as suas armas beneficiarão de uma amnistia".

Para os outros, o plano prevê o exílio, uma proposta recentemente classificada como "absurda" por um alto responsável do Hamas.

Na segunda-feira, durante uma cimeira sobre Gaza no Egito, Trump coassinou uma declaração que visa consolidar o cessar-fogo após a troca de reféns e prisioneiros entre Israel e o Hamas, acordada no âmbito do plano negociado sob mediação dos Estados Unidos, do Egito, do Qatar e da Turquia.

Desde o cessar-fogo, "mais de meio milhão de pessoas regressaram à cidade de Gaza vindas do sul, e os [regressos] prosseguem", disse hoje Mohammed al-Mughayir, responsável da Defesa Civil.

Esta organização de primeiros socorros, que opera sob a autoridade do Hamas, alertou ainda a população para os perigos dos explosivos de guerra, instando-a a não tocar em corpos presos sob os escombros e a não entrar em edifícios estruturalmente instáveis.

Em Genebra, a ONU e a Comissão Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apelaram hoje para a abertura de todos os postos de passagem, para permitir a entrada de mais ajuda humanitária no enclave palestiniano, cujas infraestruturas, incluindo a essencial rede de distribuição de água, foram totalmente destruídas.

"Precisamos urgentemente de tratamentos contra o cancro" e de incubadoras para cuidados neonatais, repetiu Mohammed Abu Salmiya, diretor do Hospital al-Shifa, em Gaza.

Leia Também: OCDE defende subsídio de custo de vida para estudantes carenciados

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