"A Embaixada do Nepal em Telavive foi instruída para coordenar estreitamente com as autoridades israelitas e tomar todas as medidas necessárias para o repatriamento do corpo", informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Nepal em comunicado publicado na rede social X.
O cidadão nepalês foi identificado como Bipin Joshi, um estudante de 23 anos que era um dos reféns do Hamas, e que, segundo o Exército israelita, morreu nos primeiros meses da guerra na Faixa de Gaza, iniciada em outubro de 2023.
O diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eden Bar Tal, confirmou hoje a morte de Joshi ao chefe da diplomacia do Nepal, Amrit Bahadur Rai.
"O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sr. Rai, expressou a sua sincera gratidão ao Governo e ao povo de Israel pelos seus esforços constantes, até ao último momento, para garantir a segurança dos reféns", afirmou o ministério nepalês na mesma nota informativa.
A entrega dos corpos de reféns faz parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, impulsionado pelos Estados Unidos e negociado ao longo de vários dias na estância balnear egípcia Sharm el-Sheikh com a mediação de delegações do Egito, do Qatar e da Turquia.
Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
O Hamas devolveu na segunda-feira em duas vagas 20 reféns vivos mantidos em cativeiro no enclave palestiniano há mais de dois anos, mas apenas quatro corpos dos 28 que se presumem mortos.
Para o ministro da Defesa de Israel, o baixo número de devoluções de corpos constitui uma "violação dos compromissos" assumidos pelo Hamas, embora o paradeiro dos restos mortais de vários reféns seja dado como incerto.
Segundo o acordo de cessar-fogo, um comité internacional vai ajudar o grupo islamita a encontrar os corpos de reféns dados como desaparecidos.
Na segunda-feira, 1.968 prisioneiros palestinianos foram também libertados ao abrigo do acordo, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas "razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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